O período que antecede a volta às aulas, no início de 2012, vai ser bom para comerciantes e fabricantes: a expectativa é crescer até 20% em relação a 2011, e as vendas serão puxadas pelo número de produtos licenciados e pela ampliação do mix.

A procura no varejo é maior em janeiro e fevereiro, quando pais e filhos compram a lista de material passada pela escola. E é nessa hora que entra a disputa das marcas pelas licenças.

As vendas de material escolar da Kalunga devem ser 20% maiores na volta às aulas 2012. A empresa trabalha com cerca de 500 materiais licenciados, principalmente pela Espiral, que pertence ao grupo. Os itens respondem por 7% a 9% do faturamento da empresa. "A gente se prepara no segundo semestre, tanto a fábrica como o abastecimento das lojas; expositores, gôndolas, toda a comunicação visual", diz o diretor comercial Hoslei Pimenta.

Na rede de hipermercados Extra, as vendas de papelaria devem ser 15% maiores no período, impulsionadas pelas dez licenças de maior sucesso. Juntos, os produtos dessa linha cresceram 55% no volta às aulas deste ano sobre 2010. No concorrente Walmart, a previsão é crescer 20% em relação ao ano passado. Cerca de 30% dos itens da lista de material são licenciados.

A Faber-Castell Brasil, fabricante de lápis, estima crescer 7% na volta às aulas e no ano fiscal que vai de abril de 2011 a março de 2012. O faturamento no ano fiscal anterior foi de R$ 407 milhões.

As vendas das fabricantes ao varejo, para o período de volta às aulas, começaram em setembro. Na última semana de dezembro, depois do Natal, o material escolar já precisa estar disponível nas lojas.

Na Foroni, que faz cadernos, a previsão é que as vendas neste ano sejam 12% maiores do que as de 2010. Marici Foroni, diretora de marketing e neta do fundador da empresa, diz que as lojas vão oferecer 500 produtos da marca, 15% a mais do que no ano passado. No segmento de cadernos, o carro-chefe da companhia, o licenciamento representa 68% do faturamento.

A maior aposta é na linha do desenho animado Carros 2, da Disney. O sucesso do filme é tão grande entre o público infantil que a empresa projeta crescer 50% sobre o ano passado, quando vendia a Carros Um.

Outro produto que recebe atenção especial é a boneca Barbie, da Mattel. Para estimular as vendas, a Foroni fechou parceria com a C&A, que tem um "corner" da boneca em suas lojas. A varejista vai estampar desenhos feitos pelas garotas que comprarem o caderno da marca. Os estilistas da C&A vão eleger quatro camisetas, que serão vendidas na coleção primavera-verão de 2012. A expectativa da Foroni é que as vendas da linha cresçam 30% em 2012 por causa dessa ação.

A fabricante Tilibra também seguiu o caminho do licenciamento. Há três anos, mudou a estratégia e passou atuar com novas categorias de produtos como caneta, lápis, borracha e apontador. No período, a empresa passou de mil a 3 mil itens ofertados.

Hoje, o licenciamento responde por 50% no faturamento da Tilibra, que também trabalha com a marca Grafons. O presidente Rubens Passos diz que a empresa deve crescer 10% este ano sobre 2010, seguindo o ritmo dos últimos três anos.

Segundo a Associação Brasileira de Licenciamento (Abral), o mercado de licenciamento deve movimentar R$ 4,6 bilhões em 2011, 6% a mais do que em 2010. Material escolar é o segundo maior grupo em vendas de produtos licenciados. O primeiro é vestuário, e o terceiro, brinquedos.


Veículo: Valor Econômico