Hypermarcas pode reforçar caixa em meio bilhão

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A venda dos negócios de atomatados e limpeza da Hypermarcas para Bunge e Química Amparo, respectivamente, anunciadas no sábado, resolvem questões estratégicas. A Bunge, com a aquisição da Etti, Salsaretti e Puropure, e a Química Amparo, com a Assolan, Perfex e Cross Hatch, finalmente, dão um passo importante para ganhar musculatura em bens de consumo. Já a Hypermarcas entrega parte do prometido ao mercado: se desfaz de negócios não complementares, reforçando o caixa em até R$ 505 milhões, segundo apurou o Valor.

Além dos R$ 445 milhões anunciados - R$ 180 milhões da Etti, R$ 125 milhões da Assolan e R$ 140 milhões de Assim e MatInset, vendidos para a Flora há dois meses -, outros R$ 60 milhões podem ser embolsados como ajustes de capital de giro para a Hypermarcas. O montante vai reduzir a dívida da companhia, que ao fim de setembro tinha endividamento líquido de R$ 3,2 bilhões e relação entre valor líquido e Ebitda em 4,1 vezes, o que levou analistas a acender o sinal amarelo sobre a empresa.

Com base nos valores disponíveis em setembro (R$ 2,5 bilhões), o caixa sobe para cerca de R$ 3 bilhões ao se incluir o capital obtido com os três negócios. Em empréstimos e financiamentos existiam R$ 4,6 bilhões e R$ 1,1 bilhão em títulos a pagar. Parte da alta da dívida se deve ao histórico de aquisições da empresa: 23 entre 2007 e 2010, que somaram R$ 6 bilhões.

Ao longo de 2011, em meio ao desaquecimento nas vendas, a Hypermarcas fez ajustes na estrutura, ao integrar fábricas e negócios, além da implementar uma nova política comercial. Analistas passaram a questionar a capacidade da empresa de sair desse processo já em 2012, quando precisa recuperar margem e fôlego para crescer de forma mais robusta.

O fechamento da venda de Etti e Assolan está previsto para ocorrer até 30 de dezembro. Do total do preço a ser pago pela Química Amparo à companhia, até R$ 35 milhões estão sujeitos ao desempenho de vendas do negócio de higiene e limpeza durante 2012, conforme estabelecidos no contrato. O BR Partners e o Credit Suisse assessoraram a Hypermarcas.


Veículo: Valor Econômico


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