Compra da ceia na última hora pode render desconto

Leia em 2min 30s

Professor do Insper diz que pode haver queima de estoque; lojas atacadistas também garantem que conseguem reduzir o preço da cesta

 

Faltam cinco dias para o Natal. A maior parte dos presentes está comprada e o cardápio da ceia já foi pensado. A fatura do cartão de crédito, porém, deve vir mais alta que o comum. Então, conseguir um desconto na compra dos ingredientes para o jantar da véspera natalina pode ser uma boa para ajudar a começar o ano no azul.

 

Fazer a compra em alguma loja que venda os produtos em grandes quantidades, como os atacadistas, é uma opção para quem quer algum desconto na comparação com outros supermercados. "Aqui, garanto que é possível conseguir um desconto de 15% na compra", diz Belmiro Gomes, diretor geral do Assaí, rede atacadista do Grupo Pão de Açúcar.

 

Ele comenta, inclusive, que há uma tendência mundial para que as famílias procurem cada vez mais os atacadistas. "Nos Estados Unidos já é comum fazer esse tipo de compra."

 

O professor de economia do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), Otto Nogami, pondera, porém, que o importante nesta época do ano é não se deixar levar pela euforia das compras. Segundo ele, é comum que haja inflação, justamente pela forte demanda por alguns produtos. Mas nada exorbitante, pois a maioria das indústrias e empresas trabalha com estoque - e portanto, é possível segurar um pouco os preços.

 

De acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), em média, os preços dos alimentos avançaram 4,65% entre 2010 e 2011, com destaque para a cerveja que subiu mais de 14% e o bacalhau, com alta superior a 10%.

 

Na ceia de Natal, dizem especialistas em orçamento, vale trocar alguns alimentos por opções similares mas mais em conta e decorar com muitas frutas, uma vez que os preços desses itens subiram menos (1,60%) que a média.

 

"Se o produto é substituível e está mais caro, por que não aproveitar itens mais baratos e pegar um maior volume?", sugere Nogami.

 

Gomes, do Assaí, salienta que em suas lojas - que abrirão em expediente especial para atender à demanda natalina - há todos os produtos tradicionalmente consumidos nessa época. Alguns até mais em conta, que podem servir para substituir outros mais caros. "Temos de aves a bebidas. De repente, vale a pena até juntar alguns vizinhos ou familiares para que a compra em grande quantidade fique ainda mais vantajosa", sugere.

 

Comprar na última hora pode até ser interessante, diz o professor do Insper. "As empresas precisarão desovar as mercadorias. Algumas fazem promoções", explica. No caso dos presentes, ele diz que alguns produtos como calçados e roupas têm os preços drasticamente reduzidos após o Natal. Às vezes, vale a pena combinar entre os familiares trocar presentes posteriormente, diz o professor.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Aumento de custos e demanda menor afetam segmento têxtil

Destoando da maior parte dos setores industriais, o segmento têxtil registrou queda de 9,4% no faturamento real ne...

Veja mais
Lojistas podem virar o ano com estoque nas prateleiras

O otimismo dos comerciantes brasileiros nestes últimos meses fez com que eles elevassem seus pedidos juntos aos f...

Veja mais
Próxima safra de café vai ser menor, mas de preços altos

Impactado por um mês de outubro de seca nas regiões produtoras, o próximo ciclo de alta do caf&eacut...

Veja mais
Pague Menos negocia fusão com Ultrafarma

A rede de farmácias Pague Menos, terceira maior do setor com R$ 2,8 bilhões em vendas estimadas neste ano,...

Veja mais
Nem brinquedo animará Natal dos EUA

Falta de produto de sucesso faz varejo reduzir estoques da mercadoria; demanda por clássicos segue em altaAp&oacu...

Veja mais
Ministério da Agricultura cria regras para produção e venda de queijos de leite cru

O Ministério da Agricultura regulamentou ontem, para todo o país, a produção e venda de quei...

Veja mais
Vulcabras fecha seis fábricas por alto custo e concorrência asiática

A Vulcabras, maior fabricante de calçados do país, anunciou ontem o fechamento de 6 das 18 fábricas...

Veja mais
ICMS pode afetar 'Farmácia Popular'

Arrecadação maior do tributo deve desencorajar desconto de estabelecimentos, diz associação ...

Veja mais
Casadas ganham 20% mais que solteiras

Situação no Brasil é inversa à dos EUA, onde solteiras ganham 34% mais que casadasCom uma fi...

Veja mais