Operadoras de centro de compras planejam quase dobrar área bruta

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Até o ano da Copa do Mundo, espaço do Grupo Iguatemi, focado nas classes A e B, deve crescer de 269 mil para 430 mil m², com cinco inaugurações e duas expansões; já a General Shopping, que atende à classe C, pretende chegar a um ABL de 344,3 mil m² - uma alta de 80% sobre os 192,9 mil m² registrados atualmente -, com outros cinco empreendimentos previstos.

Na contínua onda de expansão do setor de centros de compras, cujos grandes players não param de inaugurar projetos pelo Brasil, o Grupo Iguatemi e a General Shopping planejam ampliar em até 80% sua Área Bruta Locável (ABL). Previstas para 2014, as metas contemplam a abertura de novos empreendimentos e o aumento da capacidade física de shopping centers já operantes.

No caso do Grupo Iguatemi, a sua ABL própria deve crescer dos atuais 269 mil metros quadrados para 430 mil m², um acréscimo de cerca de 60%, ao longo dos próximos três anos. Para tanto, a empresa conta com cinco projetos, com inaugurações previstas para acontecer dentro desse período.

Em 2014, o Grupo Iguatemi pretende atingir um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) de R$ 450 a R$ 500 milhões. Seu foco é o topo da pirâmide social. "Há muito mais potencial de crescimento de renda nas classes A e B do que na C", defendeu a diretora-financeira da companhia, Cristina Betts, em reunião com acionistas da empresa. A atuação do grupo é focada no sudeste, onde há 232 shopping centers e 55,8% de toda a ABL do setor. "Faz muito mais sentido atuar nessa região do País, onde São Paulo é o carro-chefe", afirmou a executiva. "O nordeste cresce pra caramba, mas o crescimento de São Paulo é muito mais relevante em termos de renda absoluta", comparou.

Os próximos empreendimentos do Grupo Iguatemi estão localizados principalmente no interior paulista. Dentre eles, destaca-se o JK, na capital, que será a primeira dessas inaugurações. O projeto já atraiu trinta grifes internacionais inéditas no Brasil - garantiu Cristina.

"Antes, as marcas não queriam vir para cá. Agora nós somos a bola da vez. As grifes estão com um apetite enorme para investir no Brasil", disse ela, revelando depois que algumas negociações por ocupação de lojas de shopping da companhia chegam à monta de R$ 40 mil a R$ 50 mil por metro quadrado.

Modus operandi

A negociação com varejistas é feita com base em contratos de venda, isto é, o locatário de um espaço da empresa paga de 5% a 7% do que vende para a administração central, segundo Cristina. "É uma receita garantida e recorrente", que garante 69% do faturamento bruto da administradora.

Para empreender seus centros de compra, o Grupo Iguatemi se vale de linhas de crédito especiais, inclusive utilizando dinheiro do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Pontual é lembrar que a marca Iguatemi pertence ao Grupo Jereissati, presidido pelo irmão do senador Tasso Jereissati, que integra a base aliada do governo federal.

Além da fonte de crédito, "todos os greenfield, com exceção do Esplanada, foram permutas com terrenistas. A gente paga pela obra e dá um percentual dos resultados para o dono do terreno", acrescentou Cristina, sobre outro modo de negociar do Grupo Iguatemi.

A diretora-financeira, que cuida da relação com investidores, definiu o que o grupo entende como um centro de com pras ideal: "Shoppings grandes, parrudos, regionais, ao lado de rodovias, com potencial de expansão, em cidades em crescimento: este é o modelo que hoje dá certo". Para ela, o varejo de rua está morrendo na cidade de São Paulo e a necessidade de se criarem shopping centers é cada vez maior.


General Shopping

A outra empresa que tem metas agressivas para o ano de 2014 é a GeneralShopping, que hoje conta com 14 empreendimentos e deve inaugurar mais cinco nos próximos três anos. Com a última realização da empresa, o Parque Shopping Barueri, finalizada no mês de novembro, e os cinco novos projetos greenfield em construção, a General Shopping deve chegar a um ABL de 344,3 mil m², alta de 80% sobre os 192,9 mil m² registrados atualmente. A companhia atribui o crescimento aos 117,3 mil m² em novos empreendimentos, além de 34,3 mil m² em expansões de quatro shopping centers já operados pela rede.

A meta de expansão, no entanto, pode aumentar. Com o sucesso do Outlet Premium São Paulo, o diretor de Relações com Investidores Alessandro Veronezi declarou que a unidade será um dos focos de expansão da rede. "Já temos licenciamento e uma lista de espera de lojistas", afirmou, embora não tenha entrado em detalhes quanto ao início das obras ou o nome dos lojistas interessados.

A General Shopping tem participação em 80,2% dos 14 centros de compra que opera. Para a empresa, cujo Ebitda cresceu de R$ 20,3 milhões no terceiro trimestre de 2010 para R$ 25,1 milhões no mesmo período deste ano, as possibilidades de expansão são norteadas principalmente pelo crescimento da classe C, a mesma que sua concorrente, o Grupo Iguatemi, deixa de lado.

A diretora-financeira do Grupo Iguatemi, Cristina Betts, acredita que o ano que vem será de menores índices de venda no varejo. Individualmente, porém, acredita que os centros de compras da companhia não sentirão os efeitos dessa possível baixa comercial, já que atendem às classes econômicas mais abastadas.

"2012 vai ser um ano difícil", disse ela, "mas nossos shoppings, por causa da renda discricionária [das classes A e B], sofrerão menos do que os outros. Não vamos passar ilesos, mas seremos, no setor, os que menos vão sentir", afirmou. Cristina admitiu que já houve "queda moderada" das vendas no quarto trimestre.

Em 2012 o Grupo Iguatemi pretende ocupar uma fatia de 2% do market share do mercado de shopping centers. Contudo, que abranger 10% de um mercado mais específico: paulistanos das classes A e B. Nesse plano consiste a despreocupação de Cristina, que frisou: "A venda de joias, bolsas e sapatos está em alta".


Veículo: DCI


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