Segundo a rede, os recursos serão aplicados na abertura de lojas e na construção de centro de distribuição.
Apesar de ter amargado uma redução expressiva das vendas em 2008, na esteira do início da crise internacional e de ter acompanhado um recuo no ritmo de consumo em alguns meses do ano passado, a mineira Eletrozema mantém intacto seu plano de investimentos para 2012. A rede de eletrodomésticos e eletroeletrônicos, com sede em Araxá, no Alto Paranaíba, vai aportar R$ 32,4 milhões até dezembro, mais do que o dobro do exercício passado.
As inversões serão destinadas à abertura de lojas e à construção de um centro de distribuição (CD). No ano passado, foram investidos R$ 15,6 milhões na inauguração de 52 pontos de vendas. Em 2012, além de 58 novas unidades que irão consumir R$ 17,4 milhões, a companhia irá injetar R$ 15 milhões para erguer um CD na cidade de Francisco Sá, no Norte de Minas.
O diretor-geral da Eletrozema, Romeu Zema, explica que a localização da nova estrutura foi escolhida porque a rede mantém muitas lojas na região. Além disso, ele acrescenta que o ponto é estratégico por possibilitar uma expressiva economia nos gastos com frete. Atualmente, a rede mantém somente um CD, em Araxá. O faturamento do exercício passado chegou a R$ 780 milhões, 20% a mais do que em 2010 e cinco pontos percentuais acima da estimativa inicial para o ano.
Embora esteja presente em quatro estados - Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Bahia - a empresa continua focada em seu Estado de origem. Das 58 novas unidades previstas para 2012, pelo menos 40 devem ser instaladas em Minas. E, segundo Zema, o plano em curto prazo é manter uma visão conservadora e não arriscar a ganhar terreno em outras partes do país. "Até porque temos muita área livre para ocupar nessas quatro regiões", justifica.
Incertezas - Porém, o empresário não esconde que essa é uma estratégia para proteger os negócios em um período de incertezas sobre a economia global. Quando a crise estourou em 2008, por exemplo, a Eletrozema registrou uma queda de cerca de 20% em suas comercializações e precisou tirar o pé do acelerador. "Naquela época vínhamos inaugurando cerca de 50 lojas por ano e optamos por abrir somente 28", explica.
Contudo, ele afirma que caso seja necessário reduzir novamente o ritmo de investimentos, isso ficará pra 2013. Os planos para este ano estão fechados e das 58 lojas que serão abertas, 22 já estão com as obras em andamento.
Zema diz que não há motivos para uma preocupação excessiva. O mercado de eletrodomésticos e eletroeletrônicos tem crescido ano a ano, impulsionado pelo aumento da renda do brasileiro e pelo maior acesso ao crédito. E, embora em alguns meses de 2011 as vendas da rede tenham reduzido - em resposta às medidas do Planalto para reduzir o consumo e, assim, conter a inflação - as expectativas são positivas.
O executivo fala ainda em mudanças no comportamento do consumidor, que elevam a receita da companhia. Ele refere-se ao interesse por produtos de maior valor agregado. "No ano passado, as vendas das TVs de LED e LCD superaram pela primeira vez as dos aparelhos convencionais. O mesmo aconteceu com os fogões de seis bocas que superaram os de quatro bocas e com as lavadoras automáticas que superaram as semiautomáticas", exemplifica.
Porém, a maior exigência do consumidor tem um custo: a alta da inadimplência que no ano passado saltou de 0,8% para 1,2% na rede. Na opinião de Zema, os consumidores tem tido mais dificuldade em honrar seus compromissos em decorrência do aumento do endividamento familiar.
Prova disso, é o uso desenfreado dos cartões de crédito, fato constatado pela companhia. Hoje, a maioria das compras feitas na empresa é parcelada em nove vezes.
Veículo: Diário do Comércio - MG