Joint venture formada por especialistas em incorporações e profissionais do mercado de centros de compras, a 5R Shopping Centers começou a funcionar há nove meses e já anunciou três empreendimentos, com valor previsto de R$ 550 milhões. A meta da companhia, nas palavras de seu diretor-presidente, é tornar-se rapidamente um player. Depois de ter anunciado em setembro, com verba de R$ 120 milhões, a construção de um centro comercial na cidade de Rio Grande (RS), a 5R lançou mais dois projetos da monta de R$ 430 milhões, no final de novembro.
Trata-se do Praça Uberaba Shopping Center e do Praça Uberlândia Shopping Center, situados nos municípios homônimos (MG). Os empreendimentos estão próximos de dois portos secos- o do Cerrado (Uberlândia) e o do Vale do Rio Grande (Uberaba) - e se baseiam, além dos shoppings, na construção de hotéis e edifícios comerciais e residenciais. O Praça Uberaba Shopping Center está sendo erguido sobre um terreno de 72 mil metros quadrados. Terá área bruta locável (ABL) de 30 mil m² para cerca de 150 lojas. Em Uberlândia o empreendimento ocupará um terreno de 140 mil metros quadrados, com ABL de 34 mil m² para 200 pontos comerciais.
Segundo o diretor-presidente da 5R, Carlos Felipe Fulcher, a companhia pretende lidar com todo tipo de público em termos de classe social, e atuar em cidades de pequeno, médio e grande porte. Mas o foco, no mercado brasileiro, é a classe B/C (a maior) em municípios exteriores às grandes capitais, nos quais a demanda continua sendo maior que a oferta. "O ABL per capita no Brasil é baixo e há poucos players no setor, com poucos shopping centers", disse Fulcher. "O mercado [de centros de compras] tem bastante espaço para empresários com experiência em desenvolvimento e administração", afirmou, referindo-se a si e a César Garbin, diretor de Operações da nova companhia.
O executivo vê o segmento de shopping centers no Brasil como "pulverizado" e com poucos players. "Temos um objetivo ousado: tornarmo-nos um player rapidamente." Já neste primeiro trimestre, a 5R planeja fazer novos lançamentos, mas não revela os planos. "Para nós é muito importante que cada shopping tenha suas características próprias, que seja temático e se adapte à cidade onde está inserido", contou Fulcher, ressaltando a importância da arquitetura e do paisagismo para o negócio. "O mercado brasileiro usa conceitos comparáveis aos da Europa", disse ele, que trabalhou para o mercado europeu durante anos, por intermédio do grupo Sonae Sierra.
No sul
No caso de Rio Grande, o centro de compras da 5R será o primeiro da cidade gaúcha. A companhia espera que a população municipal dobre nos próximos cinco anos e atraia novos investimentos, ligados a um polo naval. "O shopping tem que ter fácil acesso e oferecer conveniência às pessoas", disse o empresário, tendo em mente o primeiro empreendimento da companhia para a região do sul. O terreno onde o empreendimento está localizado antes era utilizado por um jóquei-clube. O projeto abrange a construção de quatro torres comerciais e o mesmo número de residenciais, além de dois hotéis e um centro cultural, que utilizará as antigas arquibancadas do jóquei-clube.
O Shopping Praça Rio Grande terá área bruta locável (ABL) de 25 mil m², com 140 lojas (quatro âncoras e 96 satélites), um hipermercado, complexo de lazer (rede Zig Zag), cinema (empresa Cinesystem) e duas unidades comerciais (uma das quais destinada a uma universidade, e a outra, a uma empresa de bricolagem). Os consumidores também terão à disposição um estacionamento com 1,7 mil vagas. A idealização do projeto inclui elementos que relembram a identidade portuária da cidade, onde funciona o segundo maior porto de movimentação de carga do Brasil. O planejamento de arquitetura da 5R é desenvolvido pela empresa Conceito Arquitetos, com sede em Portugal, especializada em centros comerciais e shoppings, e que atua no segmento há mais de 20 anos na Europa.
A 5R Shopping Centers surgiu da união entre uma holding de incorporações do mercado imobiliário, representada pelo empresário Edmundo Rossi Cuppoloni e seus filhos - Paulo Rossi, um deles, é líder do negócio -, com os executivos Carlos Felipe Fulcher e Cesar Garbin, respectivamente diretor-presidente e diretor de Operações da companhia.
Os dois executivos, convidados pela família Rossi, são oriundos do grupo Sonae Sierra, holding portuguesa que atua em diversos segmentos de negócios.
Mercado
Após ver as vendas nos shopping centers brasileiros crescerem 5,5% no Natal de 2011, ante igual época de 2010, a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) fechou um acordo com o Governo do Estado de São Paulo que permitia o parcelamento do ICMS das vendas dos lojistas em dezembro em duas vezes (entre este mês de janeiro e fevereiro). Segundo o diretor de Relações Institucionais da Alshop, Luís Augusto Ildefonso da Silva, o benefício também estava sendo negociado com governos de outros estados, para facilitar os negócios.
Veículo: DCI