Seca no Sul do país eleva preço do feijão em Minas

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Quebra de safra limita oferta e pressiona cotações.


A seca no Sul do país poderá alavancar os preços do feijão em Minas. A quebra de safra na região está limitando a oferta e o volume disponibilizado é considerado insuficiente para abastecer o mercado brasileiro. Somente entre os dias 29 de dezembro e 4 de janeiro houve alta de 8,33% nos preços mínimos praticados no Estado, e de 7,69% nos valores máximos pagos pelo grão. A tendência é de novas valorizações.

De acordo com analista de mercado da Correpar Corretora de Mercados, Marcelo Lüders, o mercado segue com pouca oferta e preços em ritmo de alta desde novembro. devido à menor safra do Sul do país, que sofre os efeitos da seca prolongada.

"O volume de feijão disponibilizado no mercado não deve ser suficiente para atender a demanda e a expectativa é de preços firmes devido à menor produção. Minas Gerais deverá se beneficiar desta alta, uma vez que o Estado é um dos grandes produtores do grão e não está registrando perdas na safra", diz Lders.

Segundo o analista, os principais fatores que estão contribuindo para a alta dos preços são o clima desfavorável, que prejudicou as lavouras dos estados produtores do Sul, e a migração para o milho, isto pelos preços pagos ao longo de 2011 pelo feijão não terem sido tão lucrativos como os do milho, o que incentivou parte dos produtores a optarem pelo cereal.

"A situação atual,tanto dos rumos da safra como do mercado, indica que o primeiro trimestre de 2012 terá preços firmes. Em Minas, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul houve diminuição de área plantada em decorrência milho, que se mostrou muito mais rentável. A estimativa mostra que os preços continuaram atraentes, gerando resultados positivos para os produtores", explica.

De acordo com o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de feijão em Minas será menor. A estatal estima um recuo de 12,2% na primeira safra do ano. Ao todo devem ser colhidas em Minas 196,8 mil toneladas do grão, contra 224,2 mil toneladas em igual período produtivo anterior. A área plantada ficou 6,9% menor, de 192 mil hectares para 178 mil hectares.

Minas é o segundo maior produtor de feijão do país, perdendo apenas para o Paraná, onde os prejuízos da safra de feijão devem chegar R$ 117,4 milhões.

A redução da área se deve aos preços baixos pagos pelo feijão, principalmente durante a colheita da primeira safra. A instabilidade dos preços, aliada à baixa liquidez, os estoques do produto e os problemas climáticos fizeram os produtores migrarem parte da lavoura para outros cultivos. Na primeira safra, parte da área do grão foi ocupada pelo milho e pela soja. As lavouras estabelecidas no Estado estão em boas condições de desenvolvimento, sem ocorrência de problemas climáticos adversos mais significativos.

Com a quebra de safra no Sul do país, foi observada alta na cotação do produto no Estado. Entre 29 de dezembro e 4 de janeiro, o preço da saca de 60 quilos, na região Noroeste de Minas Gerais, variou de R$ 150 a R$ 160, o que representa elevação de 8,33% no valor mínimo, e de 7,69% no preço máximo. No início de 2011, a saca de feijão chegou a ser cotada a R$ 65. O preço médio ao longo de 2011 ficou entre R$ 90 e R$ 95, o que foi suficiente para gerar lucro aos produtores. O valor mínimo estipulado pelo governo para a saca de feijão é de R$ 80.

De acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), as atividades do mercado retornaram ao normal e a primeira semana de janeiro começou bastante forte, com preços do feijão carioca variando entre R$ 155 e R$160 por saca de 60 quilos.

A safra paulista já se encerrou, embora ainda exista alguma oferta junto aos produtores. O mercado deverá continuar firme, pois a procura é boa nas regiões produtoras. O mercado agora passa a depender da oferta de feijão do Paraná. Em Minas, os preços médios se mantiveram firmes, variando entre R$115 e R$125 por saca de 60 quilos, no Triângulo, e R$ R$140 a R$160 por saca de 60 quilos nas regiões do Alto Paranaíba e Norte.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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