Após um processo que durou cerca de 6 meses, o Terra , do grupo Telefônica, venceu a concorrência aberta para administrar o serviço de mídia digital nas estações e trens da Linha 4-Amarela do metrô de São Paulo, que faz o trajeto da avenida Paulista, uma das mais movimentadas da capital. O contrato é de 10 anos.
Segundo fontes próximas ao negócio, o valor da concessão é de cerca de R$ 15 milhões, e outros R$ 15 milhões devem ser investidos pelo Terra em infra-estrutura. O Terra deve confirmar a informação ao mercado hoje. Em dezembro, a empresa foi comunicada do fato pela ViaQuatro, concessionária responsável pela operação da linha. A Linha 4-Amarela opera dentro do contrato de Parceria Público Privada (PPP) entre o governo do Estado e o grupo CCR, que controla 58% da ViaQuatro.
O Terra deverá instalar nas estações, numa primeira fase, cerca de mil painéis e telas que vão veicular conteúdo informativo e propaganda. Esses monitores devem ser colocados em áreas de grande circulação como a entrada das estações, bilheterias, corredores, escadas, plataformas e a área interna dos trens. "As mil telas a serem instaladas inicialmente representam 50% do total de telas próprias da empresa, que chega a cerca de duas mil hoje", disse Paulo Castro, diretor geral do Terra Brasil. Segundo ele, o contrato com a ViaQuatro pode ser renovado por mais dez anos. No total, existem 12 mil equipamentos, entre telas próprias e de terceiros, que veiculam conteúdo informativo do Terra.
Até o final do primeiro semestre, o Terra implantará as estrutururas nas seis estações em operação - Butantã, Pinheiros, Faria Lima, Paulista, República e Luz. Esta linha transporta 550 mil pessoas por dia, segundo o governo.
A Elemidia, do grupo Abril, participou da disputa, segundo apurou o Valor. Procurado, o grupo não localizou um responsável para comentar o assunto.
A linha Amarela será ampliada e o contrato com o Terra inclui as novas estações. A companhia estaria estudando a possibilidade de disputar novas concessões em aeroportos, apurou o Valor. "O foco do nosso negócio é em explorar regiões de alta circulação e permanência de pessoas", afirmou Castro, ao comentar planos futuros do grupo.
Existe hoje no mercado uma busca por novas áreas públicas para a exposição de material publicitário em São Paulo. Com a Lei Cidade Limpa, de 2007 - e limitação de uso do mobiliário urbano - anunciantes, agências e empresas de comunicação começaram a identificar novas áreas para propaganda na cidade. Elevadores, espaços em hotéis, restaurantes e cafés passaram a ser mais ocupados por painéis e telas de LCD com propaganda e conteúdo noticioso.
No país, entre as principais empresas de mídia digital "out of home" (ou fora de casa) estão Elemidia, do grupo Abril, a TV Minuto, do grupo Bandeirantes (que já tem telas em metros em São Paulo) e o Terra.
Atualmente, a TV Minuto tem cerca de 5 mil monitores em 110 vagões de três linhas de metrô de São Paulo. Esse mercado de mídia digital "out of home" faz parte do segmento de mídia exterior e dentro desse bolo, tem sido a área que mais cresce nos dois últimos anos, segundo dados do Projeto Inter-Meios.
De janeiro a outubro de 2011, os investimentos em mídia exterior cresceu 12,7%, representando 3% do bolo publicitário. O mercado publicitário total aumentou 7,9% no mesmo período.
Veículo: Valor Econômico