O fundador da Playboy, Hugh Hefner, terá de provar que não entende apenas de mulheres, mas também de vender cervejas.
Está se tornando uma tradição no Carnaval, assim como o show de Roberto Carlos no Natal. Entra ano e sai ano, a Schincariol anuncia a contratação de uma estrela para promover a sua cerveja Devassa e colocá-la, literalmente, na boca do povo. Em 2010, a cervejaria, que hoje pertence aos japoneses da Kirin, escolheu a polêmica socialite americana Paris Hilton como garota-propaganda. No ano passado, foi a vez da pudica cantora Sandy fazer o papel de mulher sem pudores. Apesar dos cachês milionários, nenhuma delas conseguiu tirar a participação de mercado da Devassa do traço.
Caberá agora ao vovô de todas as safadezas, “mestre da pegação”, como diz o próprio comercial da cervejaria, e criador da revista masculina Playboy, Hugh Hefner, 85 anos, fazer o que a herdeira da rede de hotéis Hilton e a filha do músico sertanejo Xororó não conseguiram: levantar a Devassa. Hefner, que criou o termo “coelhinhas” para se referir às mulheres que participavam de eventos da Playboy, terá também a ingrata missão de escolher a nova musa da marca, dentre quatro beldades brasileiras: Juliana Sales, Julia Dykstra, Sunessis Brito e Camila Macedo. Ele virá ao Rio de Janeiro em um jato equipado com quarto particular e sua comitiva de 18 pessoas ficará hospedada no hotel Copacabana Palace. A nova campanha foi criada pela agência Mood, que chegou a cogitar a cantora Shakira e até o apresentador Silvio Santos para estrelar a propaganda deste ano.
Comprada em 2007 pela Schincariol, a cerveja Devassa foi relançada em 2010 com uma megaestratégia de marketing, que consumiu investimentos de R$ 100 milhões. Sua participação de mercado, na época, era de apenas 0,1%. O objetivo era atingir uma fatia de 1,5% no primeiro ano e ultrapassar 2% até o fim de 2012. Segundo a empresa de pesquisa americana Nielsen, ela detinha apenas 1% em dezembro do ano passado. No ranking de cervejas do País, a marca da Schin está na 17ª posição, de acordo com dados da consultoria inglesa Euromonitor. A gigante Ambev, dona dos rótulos Antarctica, Skol e Brahma, concentra aproximadamente 70%, segundo estimativas de mercado. A Schincariol não vive também uma boa fase. Desde que foi comprada pela Kirin, perdeu o segundo lugar no mercado de cervejas brasileiro para o grupo Petrópolis, dona das marcas Itaipava e Crystal.
Veículo: Isto É Dinheiro