Produção mundial de leite aumenta e derruba preços

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Os lucros recordes e o clima mais ameno estão provocando um aumento no fornecimento de leite que se estende de Auckland, na Nova Zelândia, à Califórnia, nos EUA. E isso acabou transformando o mercado, como apontam as quedas de preços do início do ano na bolsa de Chicago.

A produção de leite dos Estados Unidos, a maior do mundo, deverá crescer 1,8% neste ano, atingindo o volume recorde de 90,6 milhões de toneladas, segundo estimativa do Departamento de Agricultura do país (USDA). Ao mesmo tempo, o salto estimado de 30% nas exportações do produto americano deverá transformar este ano no melhor da história em termos de lucro para os produtores rurais, que expandiram seus rebanhos de gado leiteiro para a maior população desde maio de 2009.

Diante desse cenário otimista para a produção, os preços têm sido pressionados na bolsa de Chicago. A commodity já recuou 29%, revertendo as altas do ano passado, e devem recuar mais 7,8% até julho, segundo cálculos de analistas ouvidos pela Bloomberg. "Este tempo bom, que a maior parte das pessoas curtiu, também agradou às vacas", afirmou Bill Brooks, economista da FCStone, de Missouri, referindo-se ao inverno bastante ameno em regiões produtoras no Hemisfério Norte. "Teremos mais produção de leite por causa disso".

Nos EUA, os produtores contabilizaram 9,23 milhões de vacas em janeiro, a 14ª expansão do rebanho em 16 meses, segundo dados do USDA. Cada animal produziu o volume recorde de 9,7 toneladas de leite em 2011.

A neozelandesa Fonterra, maior exportadora global de leite e derivados, diz ter embarcado 246 mil toneladas só em dezembro, maior volume já exportado pela cooperativa. As entregas aumentaram quase 10% nos oito meses encerrados em janeiro deste ano.

Mas, para alguns economistas, tudo isso pode ser apenas um ciclo. Os preços em queda e a alta nos custos de alimentação com os rebanhos podem voltar a fazer com que os produtores reduzam o número de animais como forma de diminuir a oferta e reequilibrar o mercado. "Estamos preparando o terreno para uma desaceleração na produção, o que deve começar no fim do ano", disse Shawn Hackett, presidente da Hackett Financial Advisers, uma consultoria com sede na Flórida.



Veículo: Valor Econômico


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