Comer fora de casa vira hábito

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Empresários do ramo de alimentação apostam em congelados

 
O setor de food service movimentou R$ 215 bilhões em 2011, alta de 17,8% em relação ao ano anterior, segundo a ECD Consultoria em Food Service. A expansão é resultado da mudança de comportamento da população, do aumento da empregabilidade, das distâncias entre trabalho e casa e, por fim, da maior ausência feminina no lar. Para 2014, a projeção é crescer pelo menos 25%, atingindo R$ 270 bilhões, respondendo por 38% dos gastos com alimentação. Estatísticas do IBGE apontam que, quanto maior a renda, mais gastos com alimentação fora do domicílio. Enquanto os consumidores com renda de até R$ 400/mês gastam 18% do salário com alimentação, aqueles com renda acima de R$ 2.500/mês, 37%.

Aproveitando o bom momento, empresários investem na abertura e na expansão de estabelecimentos gastronômicos na capital mineira.  o caso do argentino Gustavo Roman, que inaugurou em Belo Horizonte, no bairro São Pedro, a Parrilla Los Hermanos, primeira tipicamente portenha da Capital. Segundo Roman, já proprietário da rede Pizza Sur, o público tem se tornado mais exigente. "As pessoas não querem apenas consumir, querem comer um produto de qualidade e com valor agregado, no nosso caso, a garantia da tradição argentina", observa. A casa funciona de terça a domingo à noite e já planeja a abertura para almoço no fim de semana.

Seguindo a tradição da parrilla argentina, a Los Hermanos pratica preços acessíveis. "Uma verdadeira parrilla é um restaurante do dia a dia, para família e amigos, onde as pessoas podem ir várias vezes ao mês, sem pesar o orçamento", explica Roman. O tíquete médio da casa, de acordo com ele, deve ser de R$ 35, sem a bebida. No cardápio, oito tipos de cortes de carne temperados apenas com sal e assados na parrilla tradicional.

O setor de vinhos também comemora o momento. A vinícola brasileira Casa Valduga investe amplamente na venda para restaurantes. "Além do consumo neste segmento ser importante para nossas vendas finais, são um ponto estratégico na formação de novos consumidores", explica a gerente comercial da marca, Juciane Casagrande. Na vinícola, atualmente 40% das vendas são para restaurantes.

Segundo Juciane Casagrande, no último ano foi possível identificar crescimento de 12% somente nas vendas para food service. Em Minas, por exemplo, informa a diretora comercial, existe um investimento para aproveitar o mercado em crescimento. "O estado mineiro conta com grande número de bares e restaurantes, aumento do poder de compra da população e consumidores ansiosos por novos produtos", detalha. Por isso a marca investe na campanha "Brinda BH", em parceria com 50 restaurantes da Capital. Todo cliente que consumir uma garrafa de espumante Arte Tradicional nestes estabelecimentos leva outra para casa. A previsão, de acordo com Juciane Casagrande, é que sejam comercializadas 15 mil garrafas.

Novo Nicho - Neste mesmo contexto, empresários do ramo de alimentação investem também em novas alternativas para atender a demanda.  o caso da chef Letícia Pimenta, que abriu no ano passado a loja de congelados gourmets J’adore, observando essas mudanças de hábitos. Segundo Letícia Pimenta, os consumidores com maior poder aquisitivo têm buscado formas cada vez mais práticas de se alimentar, mas sem deixar de lado o padrão de qualidade dos produtos. "São pessoas que passam grande parte do tempo fora de casa e raramente encontram tempo para se dedicar à cozinha, mas para não perder os momentos caseiros, jantando fora todos os dias, podem recorrer a um novo tipo de produto congelado", explica.

A chef apostou em produtos porcionados individualmente e com a aparência requintada de um bom restaurante. "Com tíquete médio de R$ 35 (por pessoa) é possível levar uma refeição completa com entrada, prato principal e sobremesa. Basta aquecer no forno e servir. Usamos uma tecnologia de ultra-congelamento que preserva o sabor dos ingredientes e, ao aquecer, a sensação é de saborear um produto fresco", completa.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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