Não há novidades nas primeiras posições do ranking das maiores empresas em captação de leite no país na comparação entre os dados de 2011 e 2010, conforme levantamento divulgado pela Leite Brasil, associação que reúne os produtores. No entanto, a diferença entre líder e vice-líder ficou mais acentuada.
A DPA (joint venture entre Nestlé e Fonterra na captação) manteve o primeiro posto, com 2,125 bilhões de litros, apenas 0,2% a mais que no ano anterior. O segundo lugar continuou com a LBR - Lácteos Brasil, fusão entre a gaúcha Bom Gosto e a Leitbom (pertencente à Monticiano, que tem como acionistas a GP Investimentos e a Laep, controladora da Parmalat), com 1,682 bilhão de litros. Porém, seu volume de captação foi 6,3% menor que em 2010. A empresa foi procurada pelo Valor, mas não se pronunciou até o fechamento da edição.
A mineira Itambé manteve-se na terceira colocação, com 1,1 bilhão de litros, embora também tenha registrado queda de 0,9% em relação ao ano anterior.
Em contrapartida, as empresas do segmento que mais cresceram em captação de leite foram os Laticínios Bela Vista, com aumento de 17,4% (494 milhões de litros), Vigor (alta de 13,9%, para 242 milhões de litros) e Jussara (salto de 11%, para 292 milhões de litros). Controlada pela JBS, a Vigor obteve ontem registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A BRF - Brasil Foods, dona das marcas Batavo e Elegê, não fornece dados para o ranking. "De certa forma, a falta de informações distorce um pouco o resultado final", afirma Jorge Rubez, presidente da Leite Brasil. Mesmo assim, o dirigente estima que a empresa ficaria entre o segundo e o terceiro lugares na lista.
Apesar da ausência da Brasil Foods nesta pesquisa realizada com 12 empresas, o levantamento reflete 36,4% da captação nacional de leite, que foi de 21,8 bilhão de litros em 2011. Em 2010, o volume foi de 21 bilhões de litros. As empresas que compõem o ranking respondem por quase 8 bilhões de litros, número 0,4% inferior ao de 2010. De acordo com Jorge Rubez, a queda sinaliza que até o momento o país tem condições de atender apenas o mercado interno. "Os números revelados pelo levantamento mostram que não temos capacidade exportadora", avalia.
Veículo: Valor Econômico