Os exportadores de café querem a revisão da circular 3.580/12, do Banco Central, que modificou as normas das antecipações de recursos à exportação brasileira provenientes da realização de pré-pagamentos de vendas externas.
O pré-pagamento, nos moldes anteriores, era uma operação comercial entre importador estrangeiro e exportador nacional que dava vantagem para ambos.
O exportador brasileiro colocava o produto nacional nos mercados externos com uma posição mais agressiva, já que essa operação permitia vendas de longo prazo, uma demanda dos grandes importadores.
Além disso, os custos financeiros menores desses contratos preservavam a competitividade do produto brasileiro no exterior.
O prazo dessa operação, que era de até cinco anos, foi reduzido para 360 dias.
O Banco Central proibiu, ainda, a realização da operação por instituições financeiras e as liquidações financeiras da operação.
O setor de café propõe uma revisão da decisão para que seja permitido prazo de, no mínimo, dois anos e a participação das instituições financeiras.
Essa participação deveria reservar os propósitos do governo de evitar que esses contratos se tornem meras operações financeiras, mas não inibir a estruturação da operação bancária no exterior.
Guilherme Braga, diretor-geral do Cecafé (conselho dos exportadores), diz que o país perde uma linha de crédito que tinha custo praticamente zero. A redução de prazo para um ano passa a ser desinteressante até para os importadores, que buscam operações de longo prazo.
Segundo Braga, o setor quer a continuidade dessa operação comercial, e com prazo maior. Ele deixa claro que o setor não se opõe ao fato de o BC eliminar as operações que se caracterizam somente como financeiras ou de empréstimos.
Mais queda
As receitas com as exportações de café também mostram forte tendência de queda neste mês. Os dados de ontem da Secex apontam para a média diária de US$ 24 milhões na primeira semana, 26% menos do que em igual período de 2011.
Veículo: Folha de S. Paulo