Estrela começa a produzir no Nordeste

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Puxada pelo crescimento do polo têxtil no Ceará, a fabricante de fitas elásticas e aviamentos para lingeries Estrela vai iniciar, neste mês, as operações em sua primeira fábrica no Nordeste, que permitirá que sua capacidade produtiva cresça em 50%. A companhia é mais uma atraída para a região - a que mais cresce no setor de lingerie no país e cuja produção já chega a quase 15% do total nacional.

"A maioria dos nossos clientes está no Nordeste. A distribuição do setor mudou, não está mais no Sudeste", afirmou ao Valor, o diretor-geral da Estrela Aviamentos, Solly Goldberg. A companhia - que nasceu no bairro do Bom Retiro, em São Paulo - tem uma fábrica em Guarulhos (SP), com capacidade de 25 milhões de metros por mês de elásticos. Com a utilização no limite, há quatro anos a empresa decidiu construir sua segunda fábrica no Estado do Ceará. Com recursos do Banco do Nordeste, foram investidos R$ 30 milhões, para uma capacidade de 12 milhões de metros por mês.

Sem informar seu faturamento, a companhia espera que os investimentos promovam um crescimento de 30% nos resultados já no primeiro ano. "Nos próximos dois anos, devemos ocupar a capacidade máxima nessa fábrica também. Já estamos pensando no projeto de ampliação", explicou o executivo.

A decisão reflete a expansão da cadeia de fornecedores na região. O grande impulso do polo de lingerie no Ceará se deu com o crescimento de marcas regionais e com a migração de grandes empresas, como a Hope. Aliadas aos incentivos fiscais promovidos pelo Estado, houve uma forte atração de fornecedores nos últimos anos.

A Estrela ocupa posição intermediária na cadeia. Ao comprar matérias-primas de grandes têxteis como a Rhodia e a Invista, a empresa fornece seus produtos para as marcas de lingerie, como a Lupo e a Hope. São cerca de quatro mil produtos em seu portfólio, que inclui, além das fitas elásticas, etiquetas, fios de helanca e bojos.

"Em lingerie, já há empresas de toda a cadeia no Ceará. É um dos polos mais completos do país", afirmou o diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), Marcelo Villin Prado. A indústria de moda íntima/dormir no Ceará é a que mais cresce no Brasil: 15,7% ao ano, segundo dados do Iemi. O líder em produção - o Rio de Janeiro, com 24,3% de participação na produção brasileira - cresce 7,4% ao ano, enquanto a indústria de São Paulo (com participação de 17,7%) recua 1,2% ao ano.

Das 3.416 empresas do setor de roupas íntimas/dormir no território nacional em 2011, 353 estão no Ceará. Enquanto a produção brasileira atingiu 808 milhões de peças, no Ceará foram feitas 86 milhões. Segundo Prado, hoje o impulso vem principalmente do desenvolvimento do mercado consumidor nordestino. "Mas a logística e a infraestrutura ainda pesam sobre os negócios das empresas da região", explicou.


Veículo: Valor Econômico


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