A seca que atinge o Nordeste praticamente dizimou toda a safra de feijão da Bahia, importante produtor, mantendo apertado o quadro de oferta e demanda nacionais.
Segundo dados da Secretaria de Agricultura da Bahia, as perdas na região de Irecê, tradicional produtora, chegam a 93% da área cultivada.
"Tudo o que está sendo colhido serve apenas para a produção de sementes", diz Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consultoria, especializada no setor.
A safra que está em fase final de colheita é a principal do Nordeste e responde por quase toda a oferta adicional de feijão nesta época do ano.
Por isso, os empacotadores contam apenas com os leilões do governo, que tem em estoque cerca de 50 mil toneladas, para se abastecer.
Por conta da estiagem, no final de abril o preço da saca de feijão chegou a R$ 250, na média nacional. No Nordeste, esse valor continua, mas a média do país caiu para R$ 190, segundo Brandalizze, que prevê novas altas de preço por conta da baixa oferta.
Os produtores de Goiás e de Minas Gerais plantam neste mês sua safra irrigada, cuja produção deve entrar no mercado apenas em setembro. Já São Paulo planta em junho para colher em outubro.
"Os preços vão subir até o limite que o consumidor estiver disposto a pagar", diz.
Pela demanda, o cenário é altista. Enquanto a produção deve ficar em 3 milhões de toneladas, o consumo potencial no Brasil é de 4 milhões, segundo o consultor.
Veículo: Folha de S.Paulo