Os cartões de crédito, débito e emitidos por lojas e redes de varejo movimentaram R$ 178,5 bilhões no primeiro trimestre, volume que representa um crescimento de 23% ante igual período do ano passado, de acordo com dados divulgados ontem pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) Entre janeiro e março foram 2,2 bilhões em transações.
No final de março, havia no mercado 704 milhões de plásticos. Desse total, 179 milhões eram cartões de crédito, 271 milhões, de débito e 254 milhões, de lojas e redes de varejo. No primeiro trimestre deste ano, os brasileiros gastaram R$ 5,5 bilhões com cartões no exterior, aumento de 7% em 12 meses.
"Foi um crescimento bastante agressivo", disse o presidente da Abecs, Claudio Yamaguti. Mesmo com o bom desempenho do primeiro trimestre, a associação mantém a meta de expansão de 20% para o setor em 2012.
O executivo atribui o crescimento do setor ao aumento do consumo, puxado pela expansão da renda e do emprego. Yamaguti destaca que a rede de lojistas credenciada cresceu e cada vez mais pessoas tëm acesso aos meios eletrônicos de pagamentos. Ele também destaca a manutenção do processo de substituição de outros meios de pagamento, como cheques e dinheiro, pelos cartões.
Consumo - Já a predisposição ao consumo aumentou mais entre as famílias mais ricas, graças à maior sensibilidade dessa faixa de renda ao crédito, segundo pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) aumentou 1,8% em maio ante abril entre os que recebem mais de dez salários mínimos, para 148,8 pontos. Na faixa de renda que recebe até dez salários, o aumento na confiança foi de 0,3% no período, para 134,5 pontos.
"A faixa de renda mais alta tem maior acesso ao crédito, então essas famílias são mais sensíveis a mudanças nos financiamentos", explicou Bruno Fernandes, economista da CNC. "As famílias de renda mais baixa estão com a renda mais comprometida, além de terem menor acesso e sensibilidade à oferta de crédito", completou.
Segundo Fernandes, na passagem de abril para maio, além do aumento da massa salarial, estimularam o aumento da propensão ao consumo os cortes dos juros bancários e a disposição do governo em adotar medidas para reaquecer a economia.
"Isso já chegou à percepção dos consumidores", disse o economista. No entanto, na comparação com maio de 2011, a melhora excessiva no indicador de confiança deve-se a uma base de comparação mais fraca. O ICF, que teve alta de 0,3% em elação a abril, subiu 4,8% na comparação ante maio do ano passado.
Veículo: Diário do Comércio - MG