Primeira safra é a maior do país.
Os preços compensadores pagos pelo milho ao longo do ano passado incentivaram os produtores mineiros a investir no plantio do grão na safra 2011/12. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), na primeira safra, que já está praticamente encerrada, o Estado produziu 7,03 milhões de toneladas. O incremento de 13,6% no volume do cereal fez com que Minas Gerais se tornasse o maior produtor de milho primeira safra, superando o Paraná.
Conforme a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), a colheita da primeira safra do cereal já está em fase final. A área destinada ao cultivo atingiu 1,204 milhão de hectares, o que representa um avanço de 5,2% sobre o espaço destinado em igual período da safra anterior.
As condições climáticas favoráveis contribuíram para que o Estado superasse o Paraná, que enfrentou perdas significativas com a estiagem prolongada. De acordo com o extensionista da Emater-MG, unidade Sacramento, no Alto Paranaíba, Alisson Rodrigues Jesus de Souza, outro fator que vem impulsionando a safra é o uso de sementes transgênicas, o que contribuiu para que a produtividade e a qualidade final do milho fossem ampliadas. Na região, 90% da área já foram colhidos.
O relatório da Conab mostra que a produtividade média obtida em Minas é de 5,831 toneladas por hectare, rendimento 8% superior ao registrado na primeira safra de 2010/11.
"Na região de Sacramento, cerca de 95% dos produtores de milho já utilizam as sementes transgênicas. Além da maior produtividade, estas sementes reduzem os custos de produção, já que a necessidade de pulverização e o ataque de pragas são reduzidos", diz.
Para a segunda safra, as expectativas são positivas. O levantamento da Conab estima que somente em Minas Gerais haverá um crescimento de 49,4% na produção de milho. O incremento é justificado pelos preços ainda remuneradores.
A produção estimada é de 491 mil toneladas, contra as 328,7 mil toneladas produzidas anteriormente. O volume menor em relação à primeira safra se deve ao início do período seco, o que impede o cultivo do cereal em diversas regiões do Estado.
De acordo com Souza, com o fim do período chuvoso os produtores da região estão investindo no plantio principalmente de sorgo, produto que tem os preços atrelados aos do milho e que está gerando lucro com a comercialização.
Em relação à cotação do cereal, o levantamento da Emater-MG, feito entre os dias 17 e 23 de maio, mostra que os valores pagos pelo cereal continuam praticamente estáveis nas principais regiões produtoras do Estado.
Em determinadas áreas foram observadas ligeiras oscilações negativas, mas que não ultrapassaram R$ 2. A variação no preço da saca de 60 quilos ficou entre R$ 18 e R$ 22 nas regiões do Alto Paranaíba, Noroeste, Sul de Minas e Triângulo Mineiro.
"Mesmo com a redução observada desde o início da colheita, os preços pagos pela saca do cereal estão satisfatórios e gerando lucro considerável para os envolvidos na atividade", diz.
Segundo ainda a Emater-MG, as atenções estão voltadas agora para as lavouras da segunda safra, que na maioria dos locais de produção do Brasil estão com bom desenvolvimento e perspectivas de boas colheitas.
Veículo: Diário do Comércio - MG