Dúvidas sobre destino da divisão de comércio eletrônico do grupo, e sua eventual venda, surgiu com a proximidade da troca de comando no GPA que acontece no dia 22 de junho
Alvo de dúvidasemmeio à proximidade da troca de controle do Pão de Açúcar, a divisão de eletroeletrônicos e comércio online Via Varejo vem ganhando espaço cada vez mais relevante nas operações do grupo, que descarta considerar a venda da unidade. “A Via Varejo foi uma decisão estratégica do grupo”, disse o vice-presidente-executivo do Pão de Açúcar, Hugo Bethlem, durante o Reuters Latin American Investment Summit, nesta quarta-feira. “Não estáem questão ser vendida.”
Formada por Ponto Frio, Casas Bahia e Nova Pontocom, a Via Varejo pertence a um segmento muito dependente de financiamento o que, somado à demora na aprovação antitruste de sua formação, travou a captura de algumas sinergias.O suporte do Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, é importante para garantir o crescimento da Via Varejo, cuja operação “casada” com o negócio de alimentos é apontada como estratégica por Bethlem.
Uma possível cisão da Via Varejo, que poderia, inclusive, passar às mãos da família Klein, que era dona da Casas Bahia, teria ganhado espaço nas discussões envolvendo os rumos do Pão de Açúcar após 22 de junho, quando o sócio francês Casino assume o controle do grupo.
O vice-presidente executivo do Pão de Açúcar questiona a possibilidade de a Via Varejo sobreviver de forma isolada no mercado, sem o apoio de sua controladora. “A Via Varejo tem razão de existir casada (com o grupo)”, disse Bethlem. “É difícil dizer se esse negócio fica de pé sozinho ou não.”
A ViaVarejo responde por quase 45% das vendas do Grupo Pão de Açúcar e só por um terço do resultado operacional, muito pela espera de quase 30 meses para que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) avalie o processo. O relator do caso no Cade, Marcos Paulo Veríssimo, disse que a operação deve ser votada entre junho e julho.
“As sinergias não foram totalmente capturadas. Ainda estamos em processo de construção, de maturidade”, disse o executivo do Pão de Açúcar, justificando a participação quase irrelevante da Via Varejo no lucro líquido consolidado do grupo.
Veículo: Brasil Econômico