A subsidiária da mexicana Mabe reestrutura sua operação e aposta na marca Continental para crescer no Brasil.
A fabricante mexicana de eletrodomésticos Mabe desembarcou no Brasil com apetite e recursos para se impor no mercado de eletrodomésticos, em 2003. De lá para cá, ela investiu pesadamente na aquisição da área de refrigeradores da CCE, na compra da subsidiária da alemã BSH, dona das marcas Bosch e Continental, e para assumir a GE-Dako, especializada em fogões. Dessa forma, tornou-se a segunda colocada no setor de linha branca, liderado pela Brastemp, controlada pela americana Whirlpool. A profusão de marcas da Mabe, porém, se revelou um fardo para o grupo com receita de US$ 4,5 bilhões por ano. Algumas concorriam entre si.
No início de 2011, os executivos da companhia resolveram simplificar a estrutura, concentrando-se em apenas três delas: Dako, GE e Continental. Mas é nesta última que está a principal aposta da Mabe, ancorada em pesquisas que indicaram se tratar de uma marca muito forte. “Ficamos surpresos com a reação e as respostas dos consumidores”, afirma Marcelo Vienna, vice-presidente da Mabe. A linha da Continental representa atualmente 60% das vendas da Mabe no Brasil. Desde 2010, já foram lançados 40 novos produtos, de fogões e micro-ondas a fornos elétricos. O processo de renovação e extensão de linha consumiu boa parte dos cerca de R$ 100 milhões investidos desde 2011, segundo fontes do mercado – a empresa não confirma esse dado.
A verba inclui ações de marketing, desenvolvimento de produtos e ampliação das fábricas. Um dos destaques é a linha de máquinas de lavar roupas, nicho no qual a Continental deixou de atuar há dez anos. “É nesse segmento que enxergamos as melhores oportunidades”, diz Vienna. “Até porque esse eletrodoméstico está presente somente em metade dos lares brasileiros.” Os resultados já começam a aparecer. Em quatro meses, a Continental atingiu uma fatia de 6% na categoria até dez quilos. No mês passado, lançou uma nova aposta, com a chegada às lojas de um modelo capaz de lavar 16 quilos de roupas, o maior do mercado.
Veículo: Revista Isto É Dinheiro