Redes liquidam coleções de inverno

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Grandes redes de vestuário, como Renner e C&A, começaram ontem a liquidar parte das suas coleções de inverno, um dia após o início oficial da estação. O movimento das varejistas intensificou o ambiente promocional que começou a se formar imediatamente após o Dia dos Namorados.

A Renner deu largada a uma ação chamada "Quero Muito", que concede 25% de desconto em peças para o frio até o dia 27. No mesmo dia, a C&A, sua concorrente direta, começou a oferecer descontos de até 60% em peças da coleção de frio em todo o Brasil. A "Liquida C&A" seguirá até o dia 18 de julho. Especialistas ouvidos pelo Valor comentam que, não de hoje, a multinacional tem sido a mais agressiva na briga de preços.

Antes de Renner e C&A, as lojas da Riachuelo já exibiam anúncios de preços 30% menores em jaquetas e malhas. As três redes oferecem parcelamento de até oito vezes com juros.

Na Le Lis Blanc, araras inteiras estão pela metade do preço desde a semana passada. Com 72 lojas, a varejista Equus, com foco em jeans, começou a liquidar parte da coleção de inverno logo após o Dia dos Namorados, com remarcações que chegam a 50%. Segundo a gerente de marketing da empresa, Priscilla Tesser, esse é um comportamento comum da marca todos os anos, mas em 2012 ela percebeu que outras redes também começaram a baixar os preços logo após a data comemorativa. "Não está muito fácil. A competição por preços está forte", diz.

A liquidação de parte da primeira coleção de frio nessa época do ano é um movimento recorrente das varejistas. No ano passado, as promoções foram motivadas pelo excesso de otimismo das redes, que tinham comprado bastante da indústria, explica o diretor do Instituto de Estudos e Marketing Industrial (Iemi), Marcelo Prado. "Neste ano as redes foram mais comedidas nas suas compras, e as promoções ocorrem agora num ambiente de desaceleração", diz.

Segundo expectativa do Iemi, as vendas da indústria de confecções (em volume) devem encerrar junho com queda acumulada de 8% no semestre em relação a igual período de 2011. Para o varejo, o instituto prevê que as vendas ficarão próximas da estabilidade, na mesma comparação.

Além da maior cautela do consumidor, as varejistas tiveram de lidar com o desafio de vender roupas de frio durante um outono atipicamente quente neste ano. A depender da agressividade dos descontos de agora, a rentabilidade das empresas pode ficar comprometida. Analista da corretora Raymond James, Guilherme Assis, não projeta, por enquanto, quedas relevantes de margem bruta das companhias que acompanha (Renner, Marisa, Hering e Guararapes). "As empresas têm dito que o ritmo de vendas está parecido com o do primeiro trimestre", diz.



Veículo: Valor Econômico


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