Mais de 70% dos varejistas esperam alta nas vendas

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Comerciantes da Capital preveem melhora entre 10% e 20%.


O comércio varejista da Capital está bastante otimista em relação às vendas para o Dia dos Pais deste ano, comemorado no próximo dia 12 de agosto. Levantamento divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) mostra que 72% dos entrevistados acreditam que as vendas do atual exercício devem superar as de 2011. A maior parte, 56,4%, acredita que a alta deva variar entre 10% e 20%. A expectativa positiva é a maior já registrada desde 2006, quando 68% dos lojistas apostavam em crescimento na comparação com o ano anterior.

Segundo o economista da Fecomércio Minas, Gabriel de Andrade Ivo, as projeções animadoras se justificam pelos baixos índices de desemprego, aumento dos salários e da concessão de crédito e ampliação nos prazos dos financiamentos. Além disso, ele ressalta a estabilidade dos índices de inflação e os constantes cortes anunciados pelo Banco Central (BC) na taxa básica de juros (Selic) como fatores que motivam a vontade de presentear.

Na perspectiva dos empresários, os setores que mais devem se beneficiar com a data são: vestuário (40%), calçados (22%) e eletrônicos (16%). Entre as razões responsáveis por incentivar a ida às compras está a disponibilidade de novos produtos (24%), apelo emocional da data e crédito facilitado, ambos com 15%. Em contrapartida, as taxas elevadas de endividamento, 48%, seguido pelos preços altos praticados nas lojas e concorrência acirrada, representam 22% e 10% das respostas, respectivamente, e podem dificultar os negócios.

O tíquete médio, para 23%, deve variar entre R$ 50 e R$ 70, enquanto que para 20% os presentes devem custar em média entre R$ 70 e R$ 100. E para 19%, o gasto deve ficar entre R$ 100 e R$ 200. Com o objetivo de tentar elevar o valor, os empresários apostam na diversificação do mix de produtos (30%), promoções (26%) e em ações para aumentar a visibilidade da loja (12,5%). O cartão de crédito parcelado deve ser a modalidade de pagamento mais utilizada, com 82% das respostas, seguido pelo pagamento à vista com dinheiro, com 14%.

Roupas masculinas - A loja de roupas masculinas Sketch, da Savassi (região Centro-Sul), estima crescimento de 20% nas vendas e 15% no fluxo, ante o último Dia dos Pais. O otimismo, conforme o gerente Leandro Abecassis, justifica-se em parte pelo fato de o ano passado representar uma base fraca de comparação. Isso porque, em agosto de 2011, as obras de revitalização da área, que prejudicaram o comércio, ainda estavam em andamento.

"Agora, estamos conseguindo recuperar os prejuízos que as intervenções causaram. A reforma ampliou nossa visibilidade e atraiu consumidores com poder aquisitivo mais elevado", explica ele. Abecassis acredita que o movimento deve atingir o ápice na semana imediatamente anterior à data, ou seja, a partir da segunda-feira, dia 6. Para ele, o tíquete médio dos presentes vai variar entre R$ 180 e R$ 200.

Contudo, a fim de tentar aumentar este valor, a Sketch investe em treinamentos constantes, visando à qualificação da equipe de vendas. Abecassis frisa que um profissional qualificado identifica a verdadeira necessidade do cliente e sabe como oferecer as mercadorias disponíveis. "Com isso, em vez de sair só com uma camisa, o consumidor deixa a loja com um quite completo, composto por calça, meia, cueca e cinto", exemplifica.

Quem também aposta no bom atendimento, aliado à diversificação do mix de produtos, é a Praça Sete Calçados, que funciona há 54 anos na região Central da cidade. A expectativa do estabelecimento é que as vendas tenham variação positiva de 7%, na comparação com 2011. O gerente, Manoel Reis, afirma que, embora a celebração não seja tão lucrativa quanto o Dia das Mães e o Dia dos Namorados, a tradição da data e seu forte apelo emocional motivam o consumidor a ir às compras.

Outra loja antiga no centro da Capital, a Grande Camiseiro, instalada há mais de sete décadas na rua Rio de Janeiro, investe em produtos voltados para um público mais conservador. A expectativa é aquecer as vendas em 5% e o fluxo em 15% às vésperas do Dia dos Pais. Segundo o gerente, Pedro Luiz Fernandes, os clientes são leais, pois sabem que lá encontram mercadorias clássicas e raramente adquiridas em outros locais. Além disso, ele concede descontos, que variam entre 5% e 8%, aos consumidores que optam pelo pagamento à vista.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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