O brasileiro não tem tradição como consumidor de molhos para salada, mas a mudança de hábitos da população, impulsionada pela dinâmica da vida urbana e o novo cenário econômico, trouxe alento ao segmento, atualmente abastecido por marcas como Hellmann´s (Unilever); Liza (Cargill); Castelo e Predilecta. No ano passado, segundo pesquisa Nielsen, o volume de vendas desses produtos nos supermercados cresceu 4,3%, um salto de 2,723 mil toneladas (em 2010) para 2,839 mil toneladas.
O consumo junto ao auto-serviço reflete apenas um dos lados da demanda. Atualmente, e especialmente nos grandes centros urbanos, os molhos prontos para salada também são servidos ao consumidor que se alimenta fora de casa, em estabelecimentos como restaurantes, lanchonetes e padarias.
"O food service é um canal estratégico, porque gera experimentação natural", justifica a gerente comercial e de marketing da Castelo Alimentos, Gesica Cereser. A empresa lançou molhos para salada (rosé, italiano, limão, caseiro, balsâmico e parmesão) em 2002 e sete anos depois os relançou em nova formulação e embalagem.
Atualmente, conta Gesica, a Castelo Alimentos vende os produtos dessa categoria no varejo, no atacado e para distribuidores especializados em food service. O melhor desempenho da empresa com esses molhos, detalha a executiva, acontece próximo aos grandes centros. "A mulher também está mais presente no mercado de trabalho e busca praticidade", acrescenta Gesica. Para a Castelo, tradicionalmente conhecida pelos vinagres da marca, os molhos prontos para salada representam 3% do faturamento total. É pouco, mas tem crescido ano a ano, revela a executiva.
Nos Estados Unidos, ela compara, esses molhos são vendidos em embalagens de um litro para o consumidor final. Aqui, os volumes ainda pequenos envolvidos nas operações com molhos para salada afastam os grandes grupos do segmento. A Castelo atua de forma mais concentrada no Sudeste, mas se prepara para expandir a linha de molhos de salada para o Nordeste.
Hábitos – Por aqui, a empresa intensifica ações direcionadas aos jovens, para destacar a importância da alimentação saudável e o "toque diferenciado" que seus molhos podem proporcionar em outras receitas, além da salada. "O próprio consumidor nos mostrou isso", justifica a gerente.
De acordo com a pesquisa Nielsen, os maiores crescimentos no volume de vendas de molho para saladas, de 2010 para 2011, aconteceram nas regiões centro-oeste e nordeste, com 20,6% e 11,7%, respectivamente.
"A Grande São Paulo e o interior do estado (crescimento de 3,5% e recuo de 3,4%, respectivamente, na mesma base de comparação) já têm a cultura de consumo do molho para salada, da alimentação fora do lar. Por isso o crescimento é maior no nordeste e no centro-oeste. E também por causa da ascensão social nessas regiões", justifica o analista de mercado do instituto de pesquisa, Marcelo Fazio.
Expansão – Na Predilecta, mais conhecida pelos seus molhos de tomate e produtos derivados de goiaba, os molhos para salada ainda são complementos de linha, mas observados como "uma categoria muito interessante", conforme define o gerente de marketing Rogério Byczyk.
Em maio último, durante a feira da Associação Paulista de Supermercados (Apas), a empresa acrescentou três novos sabores (ervas finas, iogurte e caseiro) à categoria, até então oferecida nas opções parmesan, italian, french e lemont. "O consumidor está ávido por novos sabores", justifica o executivo.
A Liza também divulgou, recentemente, o lançamento de um novo sabor, o balsâmico. Com ele, a empresa passa a trabalhar com oito alternativas de molhos para salada. De acordo com a empresa, a marca é líder nesse mercado, com 34,6% de participação no volume total.
A concorrente Unilever, com atuação nesse segmento desde 2010, não revela números. A empresa atua para o consumidor final, com opções em embalagens de 475 ml e 236 ml – nos sabores caseiro, italiano, parmesão e rosê.
Veículo: Diário do Comércio - SP