Após adiar o cronograma do projeto Losango, que previa colocar em operação no segundo semestre de 2011 uma fábrica de celulose no Rio Grande do Sul, a Votorantim Celulose e Papel (VCP) demitiu 118 funcionários que trabalhavam no viveiro de mudas da empresa em Capão do Leão, região sul do estado. Outros 89 empregados permanecerão trabalhando para a produção de mudas que alimentará a base florestal prevista em 140 mil hectares.
A companhia atribuiu a decisão "aos impactos da desaceleração da economia global, com a conseqüente redução na demanda internacional por commodities", o que motivou "medidas de adequação do nível de produção".
Não foi anunciado novo cronograma para a fábrica gaúcha. O plano original previa que o conselho de administração iria avaliar o projeto em julho de 2009 e, se aprovado, a compra de equipamentos começaria no segundo semestre do próximo ano.
INVESTIMENTO. Em nota, a VCP reiterou sua intenção de implantar o projeto, que recebeu R$ 610 milhões nos últimos cinco anos para compra de terras e plantio de florestas. Até o final de setembro, a VCP já havia cultivado 53 mil hectares de florestas de eucalipto no Rio Grande do Sul.
Além dos cortes na produção, a VCP enfrenta outro desafio. A empresa havia anunciado uma fusão com a Aracruz, quando a crise financeira se agravou. A Aracruz sofreu perdas de mais de R$ 2 bilhões. Depois do anúncio das perdas, a fusão foi suspensa, à espera de uma definição sobre a situação da Aracruz.
A Aracruz e os bancos que são contraparte nas operações com derivativos contratadas pela companhia estabeleceram o próximo dia 11 como novo prazo para concluir as negociações sobre os valores devidos em razão de tais operações. Segundo fato relevante divulgado pela companhia, até o encerramento do prazo originalmente anunciado (30 de novembro), as negociações não haviam sido concluídas.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ