Wal-Mart aposta no consumo popular para segurar resultados

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Com a inauguração de sua primeira loja ecoeficiente hoje, na cidade do Rio de Janeiro, o Wal-Mart Brasil chega à sua 31 unidade aberta este ano e a um total de 338 pontos-de-venda no País. A varejista tem pouco menos de um mês para alcançar a meta de 36 lojas abertas em 2008. "Vai dar tempo. Absolutamente", afirma o presidente da empresa no Brasil, Héctor Núñez. Mais quatro pontos-de-venda serão abertos amanhã, quando a empresa apresentará dois novos formatos de loja para baixa renda. Atualmente, a rede trabalha com as marcas Maxxi Atacado e Todo Dia para o segmento popular.

 

Embora acredite que o País não está imune às turbulências do cenário econômico mundial, Núñez afirma que a empresa vai manter para 2009 o investimento anunciado em agosto: entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão na inauguração de 80 a 90 lojas dos cinco formatos hoje operados pela empresa no Brasil (supermercados, hipermercados, atacado, clube de compras e lojas de bairro). "Certamente, o Brasil não está blindado contra um problema mundial, mas acho que vai continuar crescendo. Não vejo no horizonte nenhuma recessão", diz. O investimento de 2009 representa um crescimento de 50% em relação ao total programado para 2008, de R$ 1.,2 bilhão.

 

Na opinião de Núñez, a forma como a rede foi desenhada - focando em preço e dentro de um modelo de negócio que atende bem às primeiras necessidades do consumidor - permite que enfrente bem situações de crise. Embora os Estados Unidos tenham registrado uma performance boa no terceiro trimestre deste ano (crescimento de 6,1%), os países emergentes, em especial o Brasil, puxaram as vendas da companhia no período. Entre agosto e outubro, a empresa aumentou em 7,5% suas vendas líquidas, em comparação a igual período de 2007.

 

O Brasil registrou uma das melhores performances do grupo, superando a média mundial com um crescimento de 17% nas vendas do período e de 4,8% no conceito "mesmas lojas" (unidades abertas há pelo menos um ano). Uma das explicações, diz Núñez, pode ser o aumento do poder de compra das classes de menor renda. É um fenômeno que não vai parar daqui para frente. Isso, sem dúvida, ajuda o consumo", diz o executivo.

 

Sem apresentar números, Núñez diz que as vendas pela internet, que a rede começou a operar no Brasil em outubro, estão superando as expectativas. A empresa investiu R$ 25 milhões no site que é o primeiro da rede, fora dos Estados Unidos, a usar a marca Wal-Mart.

 

Com as chuvas que destruíram cidades no estado de Santa Catarina na semana passada, o Wal-Mart teve duas lojas atingidas (em Itajaí e Florianópolis), mas ainda não calculou o prejuízo causado pela inundação.

 

Sustentabilidade

 

Com investimento total de R$ 52 milhões, a loja ecoeficiente que abre hoje no Rio de Janeiro deve reduzir em, no mínimo, 25% o consumo de energia e em 40% o de água segundo expectativa do Wal-Mart. A economia é atingida por meio de 60 medidas que vão desde iniciativas como letreiro com lâmpadas mais econômicas e duráveis e uso de energia solar até uniformes feitos de garrafa PET recicladas. Algumas dessas ações já são aplicadas em lojas da rede, esta, no entanto, reúne o maior número de iniciativas sustentáveis que a empresa já implementou.

 

Esta é uma das ações de sustentabilidade que a empresa vem implantando no Brasil. Esta semana, por exemplo, as lojas Bompreço, no Recife e em Salvador, começaram a dar um crédito de R$ 0,03 por cada sacola plástica não utilizada pelos clientes. A idéia é estimular o consumidor a levar suas próprias sacolas retornáveis para transportar suas compras, e a empresa vai vender por R$ 2, sacolas retornáveis de algodão cru que suportam até 35 quilos.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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