"Pretendemos consolidar nossa posição de mercado como empresa de logística integrada, conciliando transportes de cargas com a instalação de estruturas para agir dentro das corporações, o que chamamos de atuação in house"
A transportadora Atlas espera elevar sua receita líquida para cerca R$ 470 milhões em 2009, crescimento de 15% sobre a deste ano, de R$ 410 milhões. Embora a previsão seja de crescimento, ela foi revista para baixo, pois a expectativa era a de obter receita de R$ 500 milhões, com expansão de 18% sobre 2008. A reversão da expectativa se deu em decorrência da crise mundial.
A empresa investiu R$ 15 milhões nos últimos dois anos na construção e ampliação de seus terminais e R$ 10 milhões na aquisição de 140 veículos para sua frota. De dezembro de 2007 a agosto de 2008, foram mais de 200 contratações, ampliando em cerca de 23% o número de funcionários.
Segundo o presidente da Atlas, Francisco Megale, a companhia já está sentindo os efeitos da crise e assim, está consultando seus clientes para saber suas previsões de crescimento para o ano que vem. Desde outubro, a Atlas vem sentindo queda de 10% a 15% na demanda, principalmente nos segmentos de telecomunicações, eletrodomésticos, autopeças e têxtil. "A nossa atividade é uma das primeiras a sentir o desaquecimento da economia", disse o executivo.
Para 2009, a Atlas planeja terminar a construção do seu terminal de cargas em Joinville (SC), feito com parceiros cujos nomes não foram revelados, e que exigirá investimentos de R$ 3 milhões por parte da empresa. A companhia pretende também investir no interior do estado São Paulo, onde construirá o centro de distribuição de Sumaré (SP) que será ligado aos centros de Jundiaí e São José do Rio Preto. Com a inauguração desse centro, a Atlas irá ampliar sua capacidade de movimentação de cargas fracionadas, segmento que corresponde a cerca de 90% do faturamento da empresa. "Pretendemos consolidar nossa posição de mercado como empresa de logística integrada, conciliando transportes de cargas com a instalação de estruturas para agir dentro das corporações, o que chamamos de atuação in house", disse Megale.
A empresa inaugurou recentemente centro de consolidação de Bonsucesso, bairro de Guarulhos (SP). Esses centros, segundo ela, "permite a racionalização de custos frente às necessidades regionais de distribuição de cargas para diversos Estados brasileiros". Eles funcionam 24 horas por dia e sete dias da semana, com carros que atendem cerca de 40 filiais de destino. Para otimizar essas operações foi criado o programa Zero Atraso, que consiste em gestão da cadeia de distribuição da companhia, que monitora desde a retirada do produto da fábrica até o ponto de entrega final.
Segundo Megale os investimentos feitos nos últimos dois anos prepararam a companhia para enfrentar a crise financeira. De acordo com ele, as ações feitas para otimizar suas operações estruturaram a Atlas, que espera conquistar mercado em 2009. "A ação da empresa será voltada para o nível de atuação comercial, na prospecção de novas compras e novos contratos", explicou. "Já atuamos em todo o Brasil, não temos uma área nova para abrir no País", concluiu. De acordo com a Federação Nacional de Transporte (CNT), em 2007, haviam 145.044 empresas transportadoras no País e 61,1% do transporte de cargas nacional é feita por rodovias.
Veículo: Jornal do Commercio - RJ