Soluções logísticas no Sul custam R$ 15,21 bilhões

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A melhora da estrutura logística no Sul do Brasil nos próximos anos e o consequente ganho de competitividade da indústria da região requerem R$ 15,211 bilhões em investimentos em 51 ações prioritárias. Esse é o parecer do projeto Sul Competitivo, iniciativa desenvolvida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em conjunto com as federações industriais do Rio Grande do Sul, Santa Catariana e Paraná. Lançada ontem em Brasília, a proposta aponta que a resolução dos principais gargalos dos três estados passa por aportes para a criação ou aperfeiçoamento de 14 ferrovias, 18 portos e 19 rodovias.

 

O estudo atentou também para a movimentação de cargas e a integração com países vizinhos, como Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai, e outros estados brasileiros. Antes de definir os 51 focos de maior atenção, o levantamento indicou 177 projetos necessários para destravar a logística na região. O custo ficaria em R$ 70 bilhões, sendo 65% do montante bancado pelo Brasil. Nesta hipótese, seria possível obter uma economia de R$ 4,3 bilhões ao ano.

 

O modal ferroviário é o que mais precisa receber recursos, de acordo com o cenário mapeado pela consultoria Macrologística. Nos valores esperados em melhorias, R$ 8,5 bilhões seriam para esse setor. Também há expectativa por R$ 4,3 bilhões em rodovias e R$ 2,3 bilhões em portos. “Hoje vivemos um atraso em relação à integração dos modais de transportes. Exploramos pouco as ferrovias e hidrovias. Pedimos ao governo federal que não abandone em nenhuma hipótese a segunda etapa da ferrovia Norte-Sul (um dos itens previstos)”, menciona o secretário de Infraestrutura e Logística do Estado, Beto Albuquerque, que esteve presente no lançamento do estudo.

 

Para o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, a realização de investimentos é fundamental para não gerar um colapso no escoamento da produção sulista. A estimativa é que, caso não sejam feitas reformas, o custo logístico no Sul saltará dos R$ 30,6 bilhões constatados em 2010 para R$ 47,8 bilhões em 2020. Com as obras, a economia anual com logística seria de R$ 3,4 bilhões. “Pelo retorno imediato e a economia que isso vai gerar, R$ 15,2 bilhões de investimentos não é muito dinheiro. Se houver união entre governos estaduais, governo federal e a iniciativa privada, os projetos podem ser totalmente executados em cinco anos”, acredita.

 

A modelagem financeira das 51 sugestões incluem diversas alternativas, sendo duas a serem feitas exclusivamente pela iniciativa privada, 19 através de programas do governo federal, uma por meio de parceria público-privada, outra financiada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e 28 necessitariam de definição sobre o formato. Do montante total, 19 obras já estão projetadas ou em andamento. Para facilitar o trabalho, as melhorias foram divididas em oito eixos de integração de transporte, cinco deles já existentes e outros três que ainda não saíram do papel. “O aumento da participação da iniciativa privada na economia é essencial para ajudar a região Sul a superar as deficiências em sua infraestrutura”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.

 

O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, defende que a realização de concessões é a saída para garantir longevidade às estruturas a serem desenvolvidas, evitando a criação de novos gargalos para o transporte de cargas. Mesmo assim, ele acredita que dificilmente a maioria das ações inclusas no Sul Competitivo entrará no pacote de concessões anunciado pelo governo na semana passada. “Temos um cronograma apertado, queremos licitar as concessões no começo do ano que vem. Não sei se teríamos capacidade de incorporar novos projetos agora.”

 

Veículo: Jornal do Comércio - RS


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