A Copa de 2014 atrairá para a Capital turistas nacionais e estrangeiros, que irão, conseqüentemente, ajudar o comércio da cidade a aumentar suas vendas. No entanto, estudo divulgado ontem pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas) mostra que 62,6% dos empresários ainda não se dizem preparados para absorver da melhor maneira as oportunidades de negócios que o evento, de porte internacional, deve gerar.
Segundo o economista da entidade, Gabriel de Andrade Ivo, embora o alarde feito pela mídia em relação à Copa seja grande, o comércio, de maneira geral, ainda não está convencido de que o mundial de futebol vá beneficiar os negócios de forma significativa. "Por isso, a maior parcela das empresas ainda não começou a se preparar. Para mim, o ideal seria que as elas tivessem iniciado o planejamento quando Belo Horizonte foi anunciada como uma das cidades-sede. Mas, de qualquer maneira, ainda está em tempo de reverter o prejuízo", declara.
O estudo revela que 56,8% dos entrevistados ainda pretendem se preparar para o mundial, o que reforça a ideia de que o brasileiro mantém o hábito de deixar tudo para a última hora. Os empresários ouvidos pela Fecomércio Minas afirmaram que pretendem direcionar investimentos para a área de tecnologia (24%), seguido por marketing (17,6%) e idiomas (14,6%).
Ivo, por sua vez, acredita que, em um primeiro momento, o planejamento estratégico deveria ser priorizado, pois, para ele, traçar estratégias é essencial para quem deseja evitar prejuízos e obter o máximo de lucratividade. Contudo, em um total de oito itens presentes na pesquisa da entidade, o planejamento estratégico aparece em penúltimo lugar, citado por somente 6% dos entrevistados. O baixo percentual sinaliza que os recursos podem ser empregados de forma arbitrária, ação considerada arriscada pelo especialista.
Capacitação -Uma parcela expressiva (68%) afirmou que pretende capacitar a equipe de funcionários que atuam em seu estabelecimento. Para isso, 33,6% dos entrevistados devem, prioritariamente, oferecer treinamentos. Em seguida, 26,7% citaram que devem utilizar novas estratégias de vendas. Logo depois, com 22,6%, está a especialização em cursos de idiomas.
Para o economista da Fecomércio Minas, o atendimento é primordial para quem não pretende perder a oportunidade para ampliar os negócios. Isso porque, um bom vendedor, segundo ele, é capaz de identificar as verdadeiras necessidades do consumidor, elevando, dessa maneira, o tíquete médio das compras e, por conseqüência, a rentabilidade da empresa.
Além da habilidade de comercializar, os vendedores devem aprimorar, até 2014, seus conhecimentos em língua estrangeira, sobretudo de inglês e espanhol. "O colaborador não precisa ter fluência no idioma, mas é recomendável que ele tenha nível básico de conhecimento para se comunicar e tentar oferecer um serviço melhor a aquele cliente que vem de outro país e, por isso, não domina o português", aconselha Ivo.
Entre os segmentos que mais devem ampliar a lucratividade ao longo do mundial de futebol, Ivo destaca as lojas de artigos esportivos, bem como os setores de hotelaria, alimentação e serviços, de maneira geral. Contudo, ele ainda não consegue mensurar em quanto o faturamento deverá crescer. Para realizar o estudo, a Fecomércio Minas ouviu 300 lojistas, entre os dias 07 e 10 de agosto.
Veículo: Diário do Comércio - MG