Brasil precisa de R$ 200 bi a R$ 300 bi em logística

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Segundo Jorge Gerdau, que comanda a Câmara de Gestão do governo federal, valor resgataria competitividade.

 

O empresário Jorge Gerdau, que comanda a Câmara de Gestão do governo federal, disse ontem que o Brasil precisa "de R$ 200 bilhões a R$ 300 bilhões" de investimentos em logística para atingir padrões internacionais de competitividade. Segundo ele, o governo tem consciência do desafio e a presidente Dilma Rousseff determinou o estudo de concessões de portos e aeroportos para atingir esse objetivo. O valor citado pelo empresário se deve, segundo ele, à falta de investimentos nos últimos 20 anos. O pacote de concessões de estradas e ferrovias lançado pelo governo prevê investimentos de R$ 133 bilhões.

 

Sobre mudanças no PIS e na Cofins, Gerdau explicou que até o final do ano o governo deve concentrar a cobrança desses tributos nos produtos finais em vez de onerar a cadeia de suprimentos. Segundo ele, as indústrias automotiva e de brinquedos, por exemplo, recolheriam o PIS e a Cofins em vez de a cobrança ser feita dos fornecedores de plástico, borracha e de outros insumos.

 

Gerdau avaliou que a Receita Federal já está convencida dos ganhos que terá com a mudança no PIS e na Cofins, pois poderá deixar de fiscalizar milhares de pequenos estabelecimentos e suas notas fiscais, concentrando o trabalho nas grandes indústrias da manufatura. "O empresário só paga imposto de renda. Em relação ao resto dos tributos, ele apenas recolhe o imposto, mas quem paga é o consumidor", disse. Gerdau participou ontem do 10º Congresso Internacional Brasil Competitivo, em Brasília.

 

Já o economista David Kupfer, assessor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também presente ao evento, disse que o grande desafio da indústria brasileira, atualmente, é expandir a produção a custos cada vez menores. Segundo ele, não há mais espaço para repasses ao consumidor diante de uma nova classe média que não está acostumada a ter reserva de capital.

 

Desafio - O economista comparou a situação da indústria, hoje, à da abertura da economia no início da década de 1990. "O desafio não é produtividade ou morte, mas produtividade ou baixo crescimento", afirmou.

 

Em outro painel, a presidente da General Eletric no Brasil, Adriana Machado, defendeu investimentos públicos e privados na educação, mas ressaltou que a sociedade brasileira precisa de "execução" para impedir que boas ideias se percam

 

O presidente da Microsoft no Brasil, Michel Levy, afirmou que o país precisa de "um senso de urgência" para ter condições de exploração econômica de invenções. Ele citou o exemplo de Thomas Edison, fundador da GE, e William Boeing, criador da empresa com o mesmo nome, que no início do século passado produziram invenções, mesmo diante de um ambiente regulatório e financeiro desestruturado.

 

Na avaliação de Levy, o Brasil precisa discutir melhor a questão de propriedade intelectual para permitir avanços desse porte. O 10º Congresso Internacional Brasil Competitivo centrou seus debates em três pontos: educação, logística e tributação. (AE)

 


Veículo: Diário do Comércio - MG


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