A indústria mundial de celulose deve seguir o caminho natural para a consolidação. A opinião é compartilhada por algumas das maiores fabricantes brasileiras, como a Fibria e a Eldorado Papel e Celulose. Segundo o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, o setor é bem fragmentado, ao contrário do que ocorre em outros mercados. "Em minério de ferro, por exemplo, há uma concentração de 80% ou 90% do mercado em algumas empresas. No nosso mercado esse número está em 26%", disse o executivo responsável pela administração da empresa criada a partir da união entre Aracruz e Votorantim Celulose e Papel (VCP), durante evento promovido ontem pela consultoria Risi em São Paulo.
A união de empresas é importante do ponto de vista de estrutura de custos, competitividade e eficiência operacional, acrescentou Castelli, destacando que há um "franco campo para consolidação". De acordo com Castelli, a fragmentação é uma das explicações para as dificuldades enfrentadas pelo setor, cada vez mais dependente do ritmo da demanda do mercado chinês. Segundo ele, os preços estão constantemente em queda, quando considerada a moeda corrente e a elevação dos custos. "Por isso, a consolidação é uma questão de tempo."
O diretor-comercial e de Logística da Eldorado Celulose, Reginaldo Gomes, concorda, embora evite comentar se a companhia irá procurar parceiros. "De maneira geral, o setor é fragmentado, o que é incompatível com a indústria de capital intensivo."
A Eldorado espera margens menores no setor nos próximos anos, devido ao aumento nos custos, segundo o diretor. "Margens e Ebitda menores é uma realidade há alguns anos e deve continuar", afirmou.
Para Antônio Maciel Neto, presidente da Suzano, a situação econômica "parou de piorar", o que favorece os preços do insumo. "A economia está dando sinais de melhora. EUA estão com pequena melhoria, Europa parou de piorar. A China está com estoques mais baixos, então os preços não caíram como era esperado. Achamos que mais para o quarto trimestre pode ter melhoria", disse.
A Klabin espera dobrar sua produção e o lucro nos próximos três anos, segundo seu presidente, Fábio Schvartsman. Ele diz que a nova fábrica de celulose, no Paraná, representará grande parte desse crescimento, aliada à aquisição de novas máquinas para fabricação de papel reciclado e cartão. Atualmente a Klabin exporta 30% de sua produção.
Veículo: DCI