Mesmo com toda adversidade que afetou o setor de celulose nos últimos três meses, o Brasil encerra o ano saltando do sexto para o quarto lugar no ranking mundial de produção da matéria-prima, deixando para trás concorrentes tradicionais como Finlândia e Suécia. A produção nacional de celulose subirá 7% em 2008, para 12,85 milhões de toneladas. O volume deste ano supera em 2,4% a produção da Finlândia e em 3,2% a da Suécia, os antigos quarto e quinto colocados. Com isso, o Brasil fica atrás dos EUA, Canadá e China na produção mundial de celulose, confirmando sua competitividade, que se acentua diante da crise internacional, conforme dados da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).
"Diferente de outras commodities, a celulose cumpriu suas metas e se mantém competitiva", disse a presidente executiva da entidade, Elizabeth de Carvalhaes. Segundo ela, a expectativa é manter esse posto no próximo ano, chegando a 13 milhões de toneladas produzidas, e a meta continua sendo superar a China até no máximo 2015, em função dos aumentos programados para a produção nacional de celulose. "Os investimentos serão mantidos, mesmo com os problemas conjunturais", disse. Segundo a executiva, as empresas só postergaram os planos em função da crise . "Mas a longo prazo haverá um reposicionamento no mercado global e o Brasil deve buscar oportunidades para ocupar espaços deixados por outros concorrentes".
A balança comercial do setor de papel e celulose indica expansão de 25% nas exportações em 2008, passando de US$ 4,7 bilhões para US$ 5,9 bilhões, ante uma expansão de 29% das importações, saltando de US$ 1,3 bilhão para US$ 1,7 bilhão, totalizando alta de 23,2%. A participação do setor na balança comercial brasileira já chega a 17,4%. Entre os principais destinos da pasta estão Europa, com 52% de participação, América do Norte (19%), China (18%) e demais regiões da Ásia e Oceania (10%).
Veículo: Gazeta Mercantil