Fábricas de móveis e eletrônicos preveem fim de ano reforçado

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O setores de móveis e eletroeletrônicos ganharam um fôlego extra para as vendas de fim de ano. O lançamento do Moveiscard, o novo cartão da Caixa Econômica Federal para compra destes produtos - que começará a ser comercializado em 1º de outubro - abre melhores perspectivas na melhor época de vendas, somadas à renovação da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), até dezembro. O modelo de financiamento se une ainda às reduções nos juros dos cartões de crédito anunciadas por bancos públicos e privados.

Voltado principalmente para clientes do Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV), do governo federal, o cartão permite o financiamento de até 100% do bem, com juros que variam de 0,90% a 1,80% ao mês. "A expectativa é que o Moveiscard atenda 1,6 milhão de famílias até o final de 2013", afirmou o vice-presidente de Pessoa Física da Caixa, Fábio Lenza, no lançamento.

O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, vê com bons olhos o mecanismo de estímulo ao consumo. "Qualquer melhoria na concessão de crédito ajuda as vendas", diz. Para o último trimestre do ano, a Eletros projeta alta de 15% a 20% nas vendas de fogões, refrigeradores e lavadoras - produtos contemplados pela isenção do IPI -, em relação a igual período de 2011. Para as demais categorias, o avanço deve ficar entre 5% e 10%, afirma Kiçula.

Representantes da indústria de eletrodomésticos reuniram-se ontem para elaborar proposta de extensão permanente da isenção do IPI. "Vamos começar [o pedido ao Ministério da Fazenda] por essas categorias já contempladas, mas existem outras que consideramos essenciais, que podem ser incluídas mais para frente", adiantou o empresário, sem dar mais detalhes.

O setor de móveis já revisou sua perspectiva de crescimento para o ano, com base nos incentivos ao consumo. "Com este lançamento, estimamos um crescimento para o ano de 6% a 7%, ante uma previsão inicial entre 2,5% e 3%", relata o diretor da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), Lipel Custódio.

Segundo ele, a medida vem na hora certa, pois a partir de outubro começa o "clima de final de ano" e, em novembro, a primeira parcela do 13º salário serve de estímulo à compra de bens duráveis, como móveis e eletrodomésticos. "O impacto desse financiamento pode ser de 4% no crescimento até o final do ano."

Manaus

O faturamento das indústrias de eletroeletrônicos e de informática da Zona Franca de Manaus (AM) deve crescer 12% em 2012, passando de R$ 28,35 bilhões em 2011 para ao menos R$ 31,75 bilhões este ano. Essas indústrias respondem por 45% da receita de todas as companhias do polo industrial da capital amazonense, que foi de R$ 63 bilhões no ano passado, e algumas já trabalham com três turnos para suprir a demanda do fim do ano. "Em agosto, as companhias do setor atingiram o recorde de 50.116 funcionários e a expectativa é de que esse número suba até novembro, quando as entregas para o Natal devem ser finalizadas", disse o titular da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), Tomaz Afonso Nogueira.

O assessor do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas (Sindmetal-AM), George Cúrcio, afirma que as contratações de temporários para a produção de fim de ano deve somar cerca de 5 mil postos no setor eletroeletrônico e 3,5 mil no polo de duas rodas. "Esses números vêm se mantendo estáveis nos últimos anos e atingi-los este ano, marcado por dificuldade e demissões, já será de se comemorar", considera.



Veículo: DCI


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