Neve e frio causam prejuízos a agricultores de Santa Catarina

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Epagri prevê que as culturas de maçã, pêssego, pera e uva serão prejudicadas


A beleza da neve traz também más notícias aos produtores de Santa Catarina. Os prejuízos em função das baixas temperaturas — a estação meteorológica da Epagri marcou -3,1ºC — e dos ventos fortes nas regiões mais altas queimaram as flores e os frutos que estavam começando a se desenvolver.

Os dados ainda estão sendo contabilizados pelas famílias, mas as primeiras projeções da Epagri é que as culturas de maçã, pêssego, pera e uva serão prejudicadas.

Conforme o gerente regional da Epagri em São Joaquim Názaro Vieira Lima, entre 20% e 40% das macieiras foram afetadas, principalmente porque as flores estavam fecundadas haviam poucos dias e algumas começavam a entrar na fase da floração. Por enquanto não é prejuízo total porque a floração não está plena. Nestas localidades, os frutos pequenos de pêssego, ameixa e pera queimaram e vão cair nos próximos dias.

— Estamos apurando os dados, mas precisamos aguardar que o tempo fique mais firme porque é preciso sol e tempo mais seco para constatar quais plantas foram queimadas. Por enquanto, o prejuízo foi maior nas lavouras de frutas de caroço, principalmente ameixa e pêssego, porque são as que brotam antes — explica o presidente da associação estadual dos produtores de maçã e pera, Volnei Donizeti Nunes.

O estrago também se alastrou pelas parreiras de uvas. Segundo Lima, os brotos das uvas que amadurecem mais cedo, como a chardonay e a cabernet sauvignon, também foram queimados, mas ainda há chance de recuperação. Até agora, as produções da região de Caçador, Oeste de SC, estão entre as mais prejudicadas. A Villaggio Grando perdeu 70% da produção. Em São Joaquim, na Serra catarinense, a vinícola Monte Agudo, queimou 450 sacas de carvão para tentar manter a temperatura durante a noite no meio das parreiras.

Uma reunião, nesta quinta-feira à tarde, entre a Epagri, as secretarias de agricultura das cidades atingidas e as associações de produtores rurais vai apontar qual a extensão dos prejuízos. O encontro ainda deve encaminhar o relatório para a Defesa Civil estadual e começar a traçar as ações para reduzir as perdas econômicas dos agricultores.

Há 12 anos, Santa Catarina não havia registrado neve durante a primavera. A sensação térmica foi de -30ºC, durante a madrugada na Serra catarinense. Entre a noite de terça-feira e a manhã de quarta-feira, nevou na região. O fenômeno começou perto das 21h de terça-feira em São Joaquim.

Cléo Kuhn, meteorologista do Grupo RBS, fala sobre o fenômeno sincelo que atingiu o Morro das Torres em Urupema, na Serra catarinense. Kuhn explica as diferenças com a neve e como os resquícios de inverno ainda predominam sobre a primavera neste início de estação.


Veículo: Zero Hora - RS


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