Venda de genérico é desigual no Brasil

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As vendas de medicamentos genéricos no acumulado até agosto somaram R$ 3,781 bilhões, crescimento de 12% sobre igual período do ano passado. A expectativa é que a receita em 2012 supere em quase R$ 1 bilhão a do ano anterior, que ficou em R$ 4,74 bilhões, de acordo a Pró Genéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos), com base nos dados da IMS Health.

Os números desse segmento têm sido superlativos nos últimos anos, atraindo investimentos de companhias estrangeiras ao Brasil. Muitos se perguntam se há espaço para crescer em uma área considerada pouco inovadora, uma vez que se limita a fazer cópias de produtos que perderam patente. Em países emergentes, como o Brasil, China e Índia, os investimentos vão continuar nos próximos anos, mas há limites para essa expansão.

Nos últimos anos, as vendas de genéricos têm crescido acima de dois dígitos no Brasil. Mas ao contrário do que se imaginava, a participação de mercado em cada Estado brasileiro varia muito e expõe uma discrepância. Enquanto em São Paulo, maior mercado consumidor, a fatia dos genéricos chega a 33%, em estados do Norte e Nordeste a participação deixa muito a desejar. No Acre e Amapá, por exemplo, a fatia é próxima de zero.

Estudo da IMS Health, encomendado pela Pró Genéricos, mostra a participação das vendas dos genéricos em cada Estado. Ele indica que os laboratórios especializados na área têm potencial de expansão nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Com comercialização regulamentada em 1999, os genéricos geraram desconfiança nos primeiros anos, mas as vendas cresceram à medida que a classe média passou a usar esses medicamentos.

Contudo, as vendas são maiores no Sul e Sudeste, regiões onde se concentra a maior renda do país. No Rio de Janeiro, a participação dos genéricos está em 14,5%; em Minas, 12%, por exemplo. Em contrapartida, em Alagoas, a fatia é de 0,6%; em Sergipe, de 0,59%.

Se por um lado esses dados significam uma janela de oportunidades de crescimento nessas regiões, por outro mostra que os consumidores do Norte, Nordeste e Centro-Oeste não estão se beneficiando de um leque maior de produtos, que chegam com preços, em média, 50% mais baratos do que os medicamentos de referência (protegidos por patentes).

O desafio continua sendo ampliar o acesso e se consolidar em Estados do Norte e Nordeste. Há cinco anos, a participação das vendas desses medicamentos no país era de 12,2%, avançando dez pontos percentuais até este ano.

Segundo a Pró Genéricos, esses medicamentos têm maior fatia em mercados onde existe efetiva participação do governo por meio de políticas de reembolso. Na Alemanha, a fatia dos genéricos nas vendas totais é de 66%, nos Estados Unidos, de 60%, por exemplo. (FT)



Veículo: Valor Econômico


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