A Formax Quimiplan Componentes para Calçados, fabricante de contrafortes e couraças para o setor calçadista, de São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre, já está entregando cerca de 20% da produção mensal de 600 mil metros quadrados, de contrafortes e couraças feitas com resina de poliuretano termoplástico (TPU) à base de fontes renováveis, com a marca registrada Thermogreen. O produto, que foi desenvolvido em parceria com a espanhola Merquinsa, a fornecedora das resinas, começou a ser comercializado no início deste ano.
"Esta é a primeira aplicação industrial da resina de poliuretano termoplástico à base de fontes renováveis no setor calçadista", disse o diretor da Formax, Flávio Faustini, prevendo um prazo de quatro a cinco anos para atingir a marca de 100% de fornecimento destes itens para todo o setor. Conforme o empresário, a empresa tem em carteira pedidos de 65% do setor calçadista. Além da matriz, ele possui uma unidade na Bahia.
Preço mais alto
Faustini prefere não revelar nome de clientes que estão empregando a resina. Atualmente, o preço do produto situa-se 15% acima do das resinas feitas de derivados de petróleo. "Com o tempo a tendência é que esta diferença caia", afirmou o empresário, acrescentando que o que tem crescido é o interesse dos fabricantes de calçados.
A resina de poliuretano termoplástico desenvolvida pela Merquinsa usa óleos vegetais a partir da mamona, milho e soja. "O uso de bioplásticos é um caminho sem volta. O maior ganho é ter matérias-primas vindas de fontes renováveis", argumentou Faustini. Ele precisou apenas de cinco meses para chegar ao Thermogreen, como batizou seu produto.
"O mercado está aberto. Mais gente está desenvolvendo novas aplicações", afirmou o empresário
A gerente de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) da companhia, Ângela Stroeher, revela que desde a década de 90, a Formax recicla todos os resíduos provenientes da fabricação de seus componentes (contrafortes e couraças), sendo a pioneira também neste processo.
Veículo: Gazeta Mercantil