Segundo o Cepea, o aumento está atrelado à menor captação no Sudeste e Centro-Oeste.
O preço médio do leite pago ao produtor mineiro voltou a subir em setembro, com alta de 2,33% em relação a agosto, bem acima do aumento em nível nacional (1,58%), conforme indicou os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP). A média ponderada em Minas Gerais foi de R$ 0,8208 por litro e o preço bruto, que considera frete e impostos, foi de R$ 0,8896/litro.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, o aumento dos preços esteve atrelado à menor captação de leite especialmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, tendo em vista o período de entressafra, e a desaceleração da produção também no Sul do país. Outro fator que impulsionou as cotações fio a maior disputa pela matéria-prima entre os laticínios.
Na divisão por regiões dentro do Estado, o maior preço pago ao produtor foi no Vale do Rio Doce (R$ 0,9569/litro), seguido por: Região Metropolitana de Belo Horizonte (R$ 0,9325/litro); Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba (R$ 0,9065/litro); Zona da Mata (R$ 0,8923/litro) e Sul de Minas (R$ 0,8774/litro).
Em setembro, a produção de leite continuou restrita no mercado brasileiro, devido ao clima seco em todo o país. Normalmente, as pastagens se desenvolvem aproximadamente um mês após o início das chuvas e a elevação das temperaturas. Assim, colaboradores do Cepea acreditam que, para outubro (normalmente início da safra no Sudeste e Centro-Oeste), ainda não haja aumento significativo da produção de leite, com os preços pagos ao produtor se mantendo em trajetória crescente ou pelo menos em estabilidade.
Custos - Além do clima, o aumento dos custos nos campos, causado principalmente com a alimentação dos bovinos, à base de milho e farelo de soja, também está limitando o crescimento da produção leiteira neste ano. Levantamentos do Cepea, em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mostraram que, em agosto, o Custo Operacional Efetivo (COE) - que considera as despesas correntes mensais, como alimentação, salário, medicamentos, sal mineral, entre outros - ficou praticamente 20% acima do registrado no mesmo mês de 2011.
Para o pagamento de outubro (referente à produção entregue em setembro), 64% dos agentes compradores de leite consultados pelo Cepea (que representam 74% do volume amostrado) esperam estabilidade nos preços; já para 30% dos entrevistados (que representaram 17% do volume de leite), deve haver alta de preços, e apenas 6% dos agentes (responsáveis por 9% do volume da amostra) esperam queda.
No setor atacadista, os preços do leite UHT continuaram registrando ligeira alta em setembro, devido à menor oferta do produto. Considerando-se as cotações diárias coletadas pelo Cepea, a média de preços do UHT em setembro foi de R$ 1,83/litro, 1,4% superior à de agosto. No caso do queijo muçarela, a valorização também foi de 1,4%, com a média a R$ 10,76/kg em setembro. A pesquisa tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios (CBCL).
Veículo: Diário do Comércio - MG