Após um período de calmaria na primeira quinzena do mês, o preço do feijão volta a subir. A oferta continua reduzida e a demanda cresce. A avaliação é de Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, de Curitiba.
Umas das apostas de Brandalizze para a sustentação dos preços é o crescimento do consumo de alimentos básicos. Esse crescimento ocorre em razão do aumento do endividamento da população, o que obriga o consumidor a reduzir o consumo de produtos de maior valor agregado, elevando o de itens de menor valor. Com isso, a opção passa a ser mais feijão e arroz.
Brandalizze diz que há um aperto na oferta de feijão porque a safra chegou mais tarde devido à ocorrência de geada na região Sul. Além disso, a oferta foi menor também em Minas Gerais, onde os estoques já são escassos.
A oferta de feijão é menor também no Nordeste, onde a produção foi uma das menores nos últimos anos, segundo Brandalizze. Essa queda ocorre devido à prolongada seca na região.
Boa parte dos produtores que se arriscaram a semear a leguminosa perdeu a semente devido à falta de chuva. As grandes perdas de produção no Nordeste ocorreram em regiões tradicionais de produção, como a de Irecê, na Bahia.
Os dados mais recentes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) indicam uma produção de 3,31 milhões de toneladas na safra 2012/13. Se confirmado, esse volume superará em 14% o de 2011/12.
Na avaliação desse órgão, o consumo se manterá próximo de 3,5 milhões de toneladas, enquanto os estoques sinais serão de 330 mil toneladas, um volume próximo do registrado no ano passado.
Veículo: Folha de S.Paulo