Produção nacional de leite resiste à alta de custos

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A pecuária leiteira nacional deverá fechar o ano com uma produção 4% maior que a de 2011 (32,1 bilhões de litros), prevê a Scot Consultoria, sediada em Uberlândia (SP). A seca que afetou o país e produtores do Hemisfério Norte encareceu o milho e o farelo de soja, principais ingredientes da ração animal, mas não foi capaz de derrubar a captação brasileira de leite, como chegou a ser cogitado.

Segundo avaliação da analista Jéssyca Guerra, da Scot, a expectativa de alta está relacionada ao regime de chuvas mais intenso a partir do terceiro trimestre do ano e, em especial, ao desempenho do Rio Grande do Sul, que registrou produção leiteira 16% maior de janeiro a junho (1,65 bilhão de litros), e do Paraná, onde houve aumento de 8,9% no período, para 1,24 bilhão de litros.

Esses aumentos foram possíveis graças à suplementação do rebanho com o milho que não pode ser comercializado por conta da má qualidade derivada da seca, alternativa que os pecuaristas nordestinos não tiveram.

Em 2011, segundo a Leite Brasil, associação nacional que representa pecuaristas, o país tomou o lugar da Rússia e se tornou o terceiro maior produtor de leite do mundo, com 33, 2 milhões de toneladas, atrás dos Estados Unidos e da Índia. Mas para o presidente da Leite Brasil, Jorge Rubez, há poucos motivos para comemorações. "O ano será marcado por preços que não conseguiram acompanhar os custos de produção", afirma.

Conforme dados da Scot, a média nacional dos preços pagos ao produtor de janeiro a setembro foi de R$ 0,807 por litro, ante os R$ 0,805 por litro de todo o ano passado. No entanto, o custo de produção foi 6,7% maior na comparação entre os dois períodos.

As indústrias de leite longa vida (UHT) ainda aguardam para tirar proveito do aumento da produção. Os estoques somam cerca de 100 milhões de litros, contra os 300 milhões de litros dessa mesma época em 2011.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Leite Longa Vida (ABLV), Laércio Barbosa, afirma que prefere manter a cautela, pois acredita que a situação vai se normalizar no início do ano que vem, quando os laticínios se beneficiam da maior produção do rebanho que passa a se alimentar com capim mais nutritivo.



Veículo: Valor Econômico



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