Brasil influencia mau resultado da Whirlpool

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O Brasil mais uma vez deixou sua marca no balanço trimestral da Whirlpool, mas não de maneira positiva. A multinacional americana, líder global em eletrodomésticos, registrou no terceiro trimestre de 2012 lucro líquido de US$ 74 milhões, 58,2% inferior ao do mesmo período do ano passado.

Parte das perdas está relacionada ao pagamento da parcela final de US$ 275 milhões referente à disputa judicial mantida no país pela Whirlpool com o banco Safra. Em 1989, um ex-executivo da Embraco, já falecido, tomou um empréstimo pessoal com o Safra, mas em nome do banco. A Whirlpool demorou uma década para reconhecer a dívida e outros dez anos discutindo o seu valor, que chegou quase a US$ 603 milhões e teve a primeira parcela paga no ano passado. Além disso, houve o pagamento de ações antitruste (que incluem o Brasil) e a redução do volume de créditos fiscais do programa do governo brasileiro de incentivo às exportações (Befiex). Procurada no Brasil, a Whirlpool não quis comentar.

No mundo, as vendas da multinacional no trimestre somaram US$ 4,49 bilhões, recuo de 2,8% sobre o mesmo período de 2011. "Tivemos três trimestres consecutivos com aumento na margem operacional neste ano, impulsionado pelas medidas que tomamos desde outubro do ano passado", disse Jeff M. Fettig, presidente da companhia, em comunicado. "Nosso desempenho deve continuar a aumentar, devido à forte inovação dos produtos, o benefício do nosso programa de redução de custos e as tendências positivas do mercado imobiliário americano".

Na América Latina, a companhia registrou vendas de US$ 1,2 bilhão no trimestre, no mesmo nível de 2011. Sem o efeito cambial e a redução de créditos fiscais, as vendas teriam crescido 21%, diz a empresa. O lucro operacional caiu 20%, para US$ 118 milhões.

A fabricante espera que a América Latina encerre 2012 com uma demanda entre 7% e 10% maior em relação ao ano passado. No Brasil, no entanto, o desempenho da empresa deixa a desejar em categorias importantes, mesmo considerando o incentivo fiscal proporcionado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na linha branca. Segundo a consultoria GfK, a venda de refrigeradores cresceu 11,8% em valor entre janeiro e agosto de 2012, frente ao mesmo período do ano passado. O Valor apurou, no entanto, que a participação da Whirlpool na categoria caiu 1,4 ponto percentual nesse intervalo, para 50,8%.



Veículo: Valor Econômico


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