Se as varejistas apostam em grandes estruturas físicas, muitas indústrias investem em parcerias e trabalham com o conceito de rede de distribuidores. A Bem Brasil Alimentos, também sediada em Araxá, fabrica e distribui batatas congeladas pré-fritas para todo o país. Segundo o presidente da empresa, João Emílio Rocheto, entre 2009 e 2012 a companhia passou de 45 para 100 distribuidores.
"Em um país com as dimensões do Brasil é impossível trabalhar sem a parceria dos distribuidores, ainda mais sendo um produto tão delicado. Se fôssemos investir em distribuição própria, isso seria um negócio maior do que a indústria. Em última instância, os distribuidores são os donos do negócio na outra ponta e a ação deles determina o sucesso da empresa", explica Rocheto.
Outros empresários, porém, mesclam sistemas de distribuição operando em determinadas distâncias com frota própria, e quando elas se tornam longas demais apelam para parceiros. Instalada em Porto Ferreira, no interior de São Paulo, a Mr. Mix, especializada em milk shakes, encara a logística como ponto fundamental dentro da estratégia de crescimento. Em 2011 a empresa fechou o ano com 80 unidades e a expectativa é que até o fim de 2012 sejam 90 abertas e outras 40 já contratadas.
De acordo com o presidente da Mr. Mix, Clederson Cabral, para as cidades que estão distantes até 600 quilômetros é usada frota própria. Já para entrega em cidades mais distantes foi feita parceria com uma transportadora. "Para as longas distâncias preparamos um produto diferente, com composição capaz de suportar a viagem. Também nos esforçamos para criar estratégias em conjunto com os franqueados. O prazo entre o pedido e a entrega deve ser ajustado pelos dois lados, por exemplo", explica Cabral.
Ao mesmo tempo que Rocheto reconhece a importância dos distribuidores, eles se esforçam para abastecer todos os cantos do país continental. Há 22 anos no mercado de carnes e há 12 no setor de distribuição, a Distribuidora JK atende todos os 62 municípios do Estado do Amazonas, com seus cem colaboradores.
Aventura - Segundo a gerente administrativo da distribuidora, Alriza Brasil, muitas vezes a missão se torna uma aventura. "Na Amazônia, medimos as distâncias em dias de barco. Se temos uma seca, fica impraticável chegarmos a alguns lugares. Se a cheia for muito intensa, a viagem se torna mais perigosa", narra Alriza Brasil.
A gerente, entretanto, confessa que a determinação de muitos consumidores faz com que a distribuidora supere as dificuldades. "Em algumas situações, quando não temos como avançar, os donos dos pequenos comércios daquelas cidades vão até onde estamos. Muitas vezes eles carregam as mercadorias nos ombros por muitos quilômetros", relata.
Mas, para chegar à capital do Estado a operação não é fácil. Os produtos saídos das demais regiões do país não chegam a Manaus por via terrestre. A viagem rodoviária só pode ser feita até Porto Velho (RO) ou Belém (PA). De lá, deve prosseguir de barco.
Veículo: Diário do Comércio - MG