Favelas impulsionam vendas de eletrônicos, diz Financial Times

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Enquanto a desaceleração da economia brasileira jogou água fria no ânimo de muitos investidores, no setor de eletrônicos o consumo continua forte e sacia o apetite de multinacionais da área de tecnologia, observa o jornal britânico Financial Times.

A reportagem começa e termina falando sobre a favela de Paraisópolis, em São Paulo, cujos moradores têm cada vez mais acesso a smartphones e ajudam a impulsionar esse mercado.

“O aumento da renda e a maior facilidade de acesso ao crédito nas comunidades pobres como Paraisópolis transformaram o Brasil em um Paraíso para empresas de bens de consumo eletrônico que buscam compensar o baixo crescimento visto nos Estados Unidos e na Europa”, afirma o FT.

A Ericsson, por exemplo, já anunciou que demitirá 1,5 mil pessoas em seu país, a Suécia, e, segundo o jornal, tem dificuldade para vender aparelhos inclusive em países emergentes como China, Índia e Rússia. No Brasil, no entanto, a companhia conseguiu aumentar as vendas em 67% ao longo de dois anos, atingindo US$ 2 bilhões em 2011, o que coloca o País entre os seus cinco principais mercados.

Protecionismo

O jornal nota que, no Brasil, os líderes no setor de eletrônicos não são os mesmos dos Estados Unidos e da Europa. Aqui, a Samsung, a LG e a Nokia lideram, cada uma com mais de 14% de participação no mercado, enquanto a Apple e a Hewlett-Packard estão na faixa do 1%.

Essa situação é reflexo do protecionismo, por sua vez resultado do custo Brasil, na avaliação do FT. Como o custo de produção é mais que em diversos outros países – devido a fatores como infraestrutura precária e imposto alto – o governo protege determinados mercados com tarifas de importação. Essas taxas prejudicam empresas como a Apple, cujos produtos são majoritariamente importados. Consequentemente, beneficiam os concorrentes, como a Samsung, que fabrica monitores e celulares há mais de sete anos no País, e a LG, instalada desde 1997 em Manaus e em Taubaté (interior de São Paulo).

Sem sinal

Na opinião do FT, um problema enfrentado no Brasil é a precariedade da rede de telecomunicações. “Empresas como a LG estão trabalhando em melhores formas de prover conteúdo em 3D para seus telefones, mas isso é de pouca utilidade no Brasil, onde às vezes é difícil obter sinal para o celular, que dirá um sinal 3G”, afirma a reportagem.



Veículo: Diário do Comércio - SP


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