Lançada em 1989, no auge de sua carreira, a fragrância da ex-tenista argentina ainda é uma das mais vendidas no país
A ex-tenista Gabriela Sabatini não é mais a mesma desde que deixou de jogar. Aos 42 anos — e quase duas décadas longe das quadras —, a argentina perdeu os músculos de outros tempos, assumindo definitivamente o ar de empresária. Mas se Gabriela mudou, o perfume que leva seu nome continua o mesmo desde o lançamento, em 1989, no auge da carreira da atleta.
Mesma fragrância, embalagem idêntica. As notas florais e cítricas seduzem as brasileiras desde o início da abertura da economia do país para importação, no começo dos anos 1990. Mas hoje, com 23 anos de estrada, um dos frascos mais vendidos no Brasil precisa ser renovado. “Lembro deste perfume na prateleira da minha avô”, diz uma jovem da geração Y.
Gabriela chegou ao Brasil na semana passada para uma intensa rotina de divulgação do produto. “Vamos ter novidades, mas ainda não posso adiantar nada”, despista a ex-jogadora. A P&G Prestige, responsável pela distribuição do perfume no Brasil, afirma que a marca anunciará novidades daqui a dois anos. Por esta razão, a exatleta tem feito viagens frequentes ao Brasil. “Venho para tratar de negócios e visitar os amigos”, diz. Na lista está seu ex-técnico, o brasileiro Carlos Alberto Kirmayr, responsável por mudar seu jogo defensivo para mais agressivo entre os anos de 1990 e 1995.
A atenção com o Brasil tem sua razões. Simplesmente trata-se do principal mercado do perfume, presente em cerca de 70 países. A Alemanha fica em segundo lugar, seguida por outras regiões da Europa.
Um dos motivos para a fragrância estar entre as mais vendidas por aqui é o preço. Apesar de se tratar de um produto importado — ele é feito na Alemanha —, um frasco de 30 ml custa cerca de R$ 60, valor bastante acessível perto de outras marcas importadas lançadas no mesmo período. O Angel - Thierry Mugler, de 1992, outro campeão de venda no Brasil, sai por R$ 300 na versão 25 ml.
Os brasileiros são apaixonados por perfumes. Considerando- se somente a produção nacional, o segmento registrou receita de R$ 4,7 bilhões em 2011, alta de 7,5% na comparação com o ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec). Foi também em 2011 que o país se tornou o maior mercado consumidor de perfume do mundo.
A expectativa inicial era que o título fosse alcançado apenas em 2013, mas o número de lançamentos das empresas nacionais somado ao aumento do poder de compra das classes C, D e E fizeram as vendas saltarem além do previsto.
Veículo: Brasil Econômico