Definitivamente, o mercado de perfumes nacional está cheirando cada vez melhor. O País é o campeão mundial em consumo de perfumes, somando US$ 6,7 bilhões em 2011. No mercado de beleza, que inclui itens como sabonetes, cremes e itens para cabelo e orais, o Brasil está em terceiro lugar, atrás do Japão (2º) e dos Estados Unidos (1º).
O crescimento também é contínuo, registrando 12,7% em 2011 face a 2010. E para 2012, os especialistas apostam em um resultado no mesmo nível. "A perfumaria nacional vai continuar se expandindo de maneira forte como hoje. Em 2012, a alta deve alcançar 12%", diz Auani Cusma de Paula, analista do mercado cosmético e de perfumes e diretor do Prêmio Atualidade Cosmética, um dos mais relevantes do setor.
A expansão da nova classe média foi o motor propulsor do mercado nos últimos 10 anos.
Neste mercado, o Estado de São Paulo ocupa a liderança em consumo - seguido pelo bloco dos estados do Nordeste - e abriga os centros de criação das cinco maiores casas de fragrâncias do mundo: a suíça Givaudan (localizada no bairro paulistano do Jaguaré), a americana IFF (Santana do Paraníba), a suíça Firmenich (Cotia), a alemã Symrise (Cotia) e a japonesa Takasago (VInhedo).
Juntas, as cinco investiram R$ R$ 160 milhões nos seus centros de criação brasileiros entre 2009-2011. "Não houve fluxo tão concentrado e rápido de recursos em nenhum outro lugar do mundo e São Paulo agora é uma das três capitais da perfumaria mundial, com Paris e Nova York", diz de Paula. Esses centros de criação produzem perfumes para empresas nacionais e internacionais e já detectam uma forte tendência à sofisticação e à variedade.
Segundo os analistas, a tendência do mercado nacional, com a chegada de empresas de vendas online como a Sephora, é a ampliação do acesso, das marcas e canais de vendas, forçando as nacionais a investirem em produtos sofisticados, sem esquecer os básicos que têm boa procura.
Perfumistas
Um dos profissionais mais significativos deste mercado é o perfumista, especialista que reúne anos de estudo e evidente talento olfativo, reconhece centenas e centenas de fragrâncias e as combina, criando os perfumes.
No mundo, os perfumistas não passam de 800, chegando a 50 no Brasil. O sênior (com mais de 15 anos de mercado) costuma receber salários acima de R$ 35 mil.
"A porta de entrada para ser um profissional da área são as empresa que tenham centros de criação de perfumes", explica Cleber Bozzi, perfumista da casa Takasago com mais de 20 anos de vivência entre perfumes, incluindo vasta experiência internacional.
Suas viagens o fizeram perceber algumas peculiaridades entre os países. "Quando se fala em sabão em barra, o brasileiro prefere cheiros cosméticos, cremosos com floral delicado, preferência compartilhada pelos chineses. Já na Índia, onde as fragrâncias são restritas ao sabonete para a maior parte da população, os preferidos são os com notas de flores brancas com bastante potência".
Já no Brasil, há diferenças marcantes entre o consumo paulista e o nordestino. Segundo Bozzi, enquanto os paulistas optam por perfumes adequados a cada tipo de situação (florais e mais leves para o dia e mais marcantes para eventos noturnos), o nordestino (especialmente a mulher) dá preferência aos mais marcantes e sensuais, pois o perfume é visto como arma de sedução.
Veículo: DCI