Tendência é de estabilidade nos valores ao longo do mês de dezembro.
O preço recebido pelo pecuarista de leite em Minas Gerais, em novembro, referente ao produto entregue em outubro, apresentou alta de 1,72%, frente ao mês anterior. O volume foi comercializado em média a R$ 0,837. O preço bruto atingiu R$ 0,908. A tendência é de estabilidade nos valores ao longo de dezembro. Apesar do aumento da captação, os custos elevados contribuirão para a manutenção dos preços recebidos. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
Na média nacional, o preço do leite teve aumento de 1,5%, ou 1,3 centavo por litro, indo para a média de R$ 0,8221 por litro. O preço bruto foi de R$ 0,895. A média é calculada sobre os resultados coletados no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Bahia.
Em relação ao mesmo período do ano anterior, o preço médio ficou praticamente estável, apresentando leve recuo de 0,1%. Pesquisas do Cepea, no entanto, mostram que os custos de produção estão quase 20% maiores. Os preços do milho continuam subindo, enquanto o preço do farelo de soja, mesmo em queda no mês de outubro, vale quase o dobro do que há um ano. A expectativa é de manutenção dos custos em alta, no início de 2013 deve haver novo aumento em função do reajuste do salário mínimo.
De acordo com os dados do levantamento, em Minas Gerais também foi registrada alta no nível de captação, que ficou 3% superior quando comparado com o volume de outubro. A expectativa é que a captação continue em alta ao longo dos próximos meses, já que a retomada das chuvas favorece a atividade.
Preço pago ao produtor manteve alta em novembro
Atípico - Segundo os pesquisadores do Cepea, o aumento dos preços recebidos pela negociação do leite em novembro foi atípico para o período. Normalmente, com a chegada das chuvas, em outubro é de maior a disponibilidade de leite, o que tende a pressionar as cotações. Neste ano, entretanto, o volume mais baixo de chuvas combinado aos custos mais elevados da produção de leite têm limitado o avanço da produção e sustentado os preços.
No Estado, o valor pago ao produtor ao longo de novembro, referente à produção entregue em outubro, teve alta de 1,72%, alcançando R$ 0,837. A maior alta registrada em Minas Gerais foi na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), onde os produtores receberam 3,53% a mais pelo litro do produto. O preço praticado na região chegou ao máximo de R$ 0,965, o mínimo de R$ 0,741 e o médio de R$ 0,866.
A segunda maior alta foi observada nos preços pagos aos pecuaristas de leite do Vale do Rio Doce, com incremento de 1,95%. Na região, o valor mínimo ficou em R$ 0,780, o médio em R$ 0,881 e o máximo alcançou R$ 0,958.
Nas regiões do Triângulo e Alto Paranaíba, os pecuaristas receberam em média R$ 0,86 por litro de leite. A alta de 1,11% fez com que os preços máximos chegassem a R$ 0,923 e o mínimo a R$ 0,753.á
O preço médio praticado no Sul e Sudoeste do Estado ficou em R$ 0,832 por litro de leite, incremento de 0,71%. O valor máximo foi de R$ 0,881 e o mínimo de R$ 0,737. Na Zona da Mata os preços subiram 1,52%, alcançando o valor máximo de R$ 0,904. O preço médio praticado na região foi de R$ 0,908 e o mínimo de R$ 0,723.á
De acordo com os pesquisadores do Cepea, a maior parte dos laticínios e cooperativas consultados (54% dos entrevistados, que representam 63% do volume de leite amostrado) acredita que os preços ao produtor permanecerão estáveis em dezembro. Para 29% dos agentes, que respondem por 21% do volume da amostra, deve haver alta de preços e 16% dos consultados (responsáveis por 16% do volume de leite amostrado) acreditam em queda.
Veículo: Diário do Comércio - MG