Governo pode barrar crédito para abertura de área de café

Leia em 2min 10s

O governo pode cortar o financiamento para abertura de novas áreas de café com o objetivo de limitar a expansão da oferta e os potenciais efeitos baixistas sobre os preços da commodity. A informação é do presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, que participou na semana passada do encontro com representantes do Ministério da Agricultura e com o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, João Rabelo.

O presidente do CNC afirmou que novas medidas de apoio ao setor cafeeiro devem ser anunciadas no próximo dia 20, durante reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN).

De acordo com Brasileiro, o Ministério da Agricultura deve soltar um aviso recomendando a expansão da produção de café apenas em áreas existentes, com a substituição de cafezais por variedades mais produtivas.

Uma das possibilidades é determinar que agentes financeiros oficiais, como o Banco do Nordeste, BNDES e Banco do Brasil, não liberem financiamentos para novas plantações, mas apenas para reforma das lavouras.

"O governo não vai mais assumir isso - um volume maior ofertado - pois a atividade fica antieconômica", salienta Brasileiro. De acordo com ele, o aumento da área plantada significará excesso de oferta e preços baixos. "Nós não podemos proibir de plantar, mas podemos barrar os financiamentos".

Armando Matieli, diretor do Sindicato Nacional dos Produtores de Café (Sincal), acredita que a medida é correta, ao menos enquanto o setor não tiver um "planejamento estratégico à altura".

Como política pontual, a medida também é vista como positiva por Eduardo Carvalhaes, sócio-diretor do Escritório Carvalhaes, de Santos. Mas ele ressalta que a política tem reflexos apenas no médio prazo. Na sua avaliação, se o Brasil quiser continuar como o grande player mundial, "sempre haverá que pensar em novas áreas".

O governo também estuda redistribuir os recursos de financiamento do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), de modo a contemplar os produtores e agentes mais carentes. E há sinalização por parte da equipe econômica de prorrogação do prazo de pagamento das linhas de crédito de comercialização que vencem em dezembro e janeiro de 2013. A intenção é evitar uma pressão de oferta, segundo Brasileiro.

O mercado aguarda o posicionamento do governo sobre as medidas de apoio ao setor. Ontem, a commodity negociada na bolsa de Nova York atingiu o menor patamar desde junho de 2010.

Brasileiro ressalta que os importadores vão buscar café brasileiro a partir do início do próximo ano, já que neste momento existe ainda oferta de outros países produtores. "A partir de janeiro, a indústria europeia vai precisar buscar café do Brasil e aí o cenário muda. Nós não queremos preços elevados, estamos buscando preços de R$ 400 [a saca], que seriam remuneradores", afirma.

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Cai a área plantada com algodão

Grandes produtores de algodão pisam no freio    Os grandes produtores de algodão do pa&iacu...

Veja mais
Defasagem da gasolina é agora de 11%

Defasagem do preço da gasolina caiu desde abril, mas supera 2011    Com altos e baixos, mas nunca ...

Veja mais
Safra 2013/2014 de cítrus pode ser menor

Apesar de ainda ser cedo para qualquer quantificação a respeito da safra paulista de 2013/2014 de laranja,...

Veja mais
Drogarias Campeã anunciam plano de expansão no interior

A região do interior paulista tem sido um dos principais focos de expansão da Drogarias Campeã, red...

Veja mais
Indústria química investe apesar das dificuldades

A despeito do saldo negativo na balança comercial, o setor químico continua investindo. De acordo com Asso...

Veja mais
Cliente busca as ceias completas

Os estabelecimentos esperam alta de 20% no faturamento este mês. Comerciantes dizem que muitos brasilienses decidi...

Veja mais
Ponto eletrônico divide patrões e empregados

Questão foi tema de discussão ontem em audiência pública da comissão do Senado A C...

Veja mais
Varejo de flores online aposta em vendas avulsas e cestas no Natal

Flores Online e Giuliana Flores esperam vender até 35% a mais neste ano, em comparação a dezembro d...

Veja mais
Novartis vai ampliar produção de medicamentos genéricos no Brasil

Vendas no País, que é o sexto mercado para o laboratório suíço, crescem mais de 10% a...

Veja mais