Os estabelecimentos esperam alta de 20% no faturamento este mês. Comerciantes dizem que muitos brasilienses decidiram passar as festas natalinas na cidade, o que aumentou a demanda em relação aos anos anteriores
Nem todo mundo tem tempo, habilidade e disposição para preparar a ceia natalina em casa. As encomendas para a noite do dia 24 começaram em novembro e seguem a todo vapor em padarias e restaurantes do Distrito Federal. A demanda, mais aquecida que em anos anteriores, deve aumentar o faturamento desses estabelecimentos em até 20% em dezembro, na comparação com a média observada nos outros meses.
Os cardápios oferecidos não fogem muito do tradicional, mas são variados e podem ser montados com a ajuda de quem não pretende cozinhar às vésperas do feriado. Entre os itens mais pedidos, se destacam chesters, pernis e perus, farofas especiais, salpicão e rabanadas. A cada ano, os clientes querem menos trabalho. Prova disso é que até o arroz branco, com ou sem uvas passas, passou a ser encomendado com mais frequência.
A crescente procura por ceias prontas despertou o interesse do mercado. As padarias continuam atendendo a maior parte dos pedidos. Mas, hoje, já concorrem com restaurantes, supermercados, açougues, bufês e mesmo com profissionais autônomos. “A disputa acirrou: todo mundo descobriu que é um bom negócio”, comenta o presidente do Sindicato das Indústrias de Alimentação de Brasília (Siab), Paulo Sérgio Lopes.
O movimento nas padarias também segue embalado por conta das confraternizações de fim de ano, sempre acompanhadas de comes e bebes. Alguns estabelecimentos, apesar da dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, decidiram reforçar o quadro de funcionários este mês, principalmente na cozinha. Nas noites anteriores ao Natal, para deixar todas as encomendas prontas a tempo da ceia, o trabalho costuma avançar pela madrugada.
Para evitar contratempos, o presidente do Siab sugere que os brasilienses antecipem ao máximo os pedidos. “Não dá para deixar para última hora”, diz ele, que não descarta a possibilidade de faltar matéria-prima se a demanda crescer demais. Os estabelecimentos com melhor estrutura fecharam negócio até o dia 22, mas a maioria encerrará as encomendas na quinta-feira anterior, dia 20.
Reajustes
Os empresários afirmam que os preços subiram, em média, 10%, em relação ao ano passado. Mas há lugares em que o quilo do lombo, por exemplo, ficou quase duas vezes mais caro, saltando de R$ 7 para R$ 13. O reajuste nas tabelas também é justificado pela inflação das aves e de itens como óleo e açúcar. Uma ceia com peru, salpicão, feijão tropeiro e vinagrete — para cinco pessoas — pode sair por R$ 200. No entanto, somente um peru de 6kg, acompanhado de farofa e frutas, chega a custar R$ 350.
Veículo: Correio Braziliense