Os fabricantes brasileiros de produtos de limpeza e afins chegam ao fim de 2012 com um aumento de 3,8% do nível de emprego no setor. Foram criadas 1,7 mil vagas, somando 45,5 mil trabalhadores empregados. A categoria de produtos de limpeza e polimento registrou a maior alta (5,6%), seguida por desinfestantes (produtos para controle de pragas, 4,3%) e sabões e detergentes (2%).
O setor deve fechar o ano com vendas na ordem de R$ 12,9 bilhões, avanço de 3,5% sobre 2011. No ano passado, o segmento já havia registrado crescimento em vendas de 8% sobre 2010, segundo estudo inédito realizado pela FGV Projetos, a pedido da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins (Abipla). Sabões e detergentes concentram o maior volume de vendas em 2012, somando R$ 9,9 bilhões.
Segundo o consultor da FGV Projetos, Robson Gonçalves, o crescimento do setor, acima do avanço geral da economia brasileira no ano, se explica pela ascensão da nova classe média. "Existe uma diferença muito grande quando uma família passa da faixa de renda mais baixa para as duas [faixas] médias baixas, há uma mudança de padrão de consumo, de conscientização de consumo e novos produtos são incorporados a esse padrão", explica.
Em 2011, o Produto Interno Bruto (PIB) setorial das indústrias de produtos de limpeza acompanhou o crescimento do PIB brasileiro. Já este ano, quando as expectativas mais otimistas falam em um crescimento do PIB nacional de 1,5%, o setor deve ter avanço entre 2,5% e 3%, de acordo com o levantamento da FGV. "É um setor tributado acima da média nacional [39%, ante 35% de média], que não recebeu estímulos governamentais, mas que está contribuindo para o crescimento do País, enquanto a economia está desacelerando", avalia Gonçalves.
Na última sexta-feira, em evento em São Paulo, a Abipla assinou um pacto setorial voluntário com o Ministério do Meio Ambiente que prevê quatro pilares: a regularização de empresas que hoje atuam na clandestinidade, o estímulo ao uso consciente dos produtos pelos consumidores, o correto descarte de embalagens e a concentração e compactação. "A ideia é incentivar cada vez mais empresas a tomarem essas iniciativas sustentáveis", diz a diretora-executiva da Abipla, Maria Eugênia Saldanha.
Veículo: DCI