Pela segunda vez ao longo desse ano a Drogaria Onofre, rede varejista de medicamentos, é alvo de especulações sobre uma possível venda. Rumores de mercado afirmam que o grupo americano CVS Caremark estaria em negociação com a família Arede.

Notícias veiculadas na última semana apontavam que as negociações envolveriam o montante de R$ 605 milhões e que no contrato o grupo norte-americano ficaria com 80% da operação de rede de drogarias, mas novamente a diretoria da empresa nega as especulações.

Segundo Claudio Felisoni, presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo e Mercado de Consumo (Ibevar), mesmo com a negativa por parte da Onofre, é bem provável que a fusão ocorra. "Não é de hoje que a CVS Caremark está insistindo em vir para o Brasil. Além desse fato, a Onofre tem operação similar a da CVS, então acredito que logo teremos essa movimentação", disse.

Ainda na opinião do especialista em varejo, o layout de loja e a forma em que a Onofre se consolidou no mercado, vão de encontro com os interesses do grupo americano. "As lojas da Onofre estão bem localizadas e não têm como foco a venda de medicamentos. A CVS tem o mesmo perfil e sabe que vender só medicamentos não dá retorno financeiro", enfatizou em entrevista ao DCI.

Para Felisoni, além da CVS, é possível que a Walgreens também esteja interessada em uma fatia do mercado brasileiro. "O setor terá essa movimentação de empresas estrangeiras em breve", enfatizou ele.

Em fevereiro deste ano, a rede pertencente a família Arede já havia afirmado que não tinha interesse em vender suas lojas, na época com 39 pontos de vendas. Na época, a diretoria, em nota oficial, afirmou que os boatos visavam desvalorizar a empresa no mercado brasileiro. "Estamos sendo vítimas de diversos boatos sem procedência alguma que visam justamente a desvalorizar a nossa empresa. Esses boatos só beneficiam as empresas que abriram recentemente seu capital ou estão em vias de fazê-lo", argumentou Marcos Arede, sócio e diretor-comercial da rede.

Também em fevereiro deste ano, empresário afirmou também que a Onofre recebeu propostas anteriormente, mas que todas foram negadas, pois a empresa pretende consolidar-se no mercado nacional que está em franca expansão.

"Nos últimos três anos ouvimos mais de 10 propostas que foram recusadas, pois definitivamente não estamos à venda", enfatiza Arede, que completa: "Não pensamos em nos afastar dos negócios e o mercado está em franca expansão no país. Nos Estados Unidos, a venda de genéricos representa aproximadamente 80% do que é comercializado, enquanto aqui no Brasil ainda atinge 20% dos negócios".

A CVS é a maior empresa de varejo de farmácias e serviços de saúde nos Estados Unidos, com mais de 7 mil lojas em operação nos EUA e em Porto Rico. De janeiro a setembro deste ano, sua receita foi de U$$ 92 bilhões.



Veículo: DCI