Vendas no País, que é o sexto mercado para o laboratório suíço, crescem mais de 10% ao ano e ficaram acima de R$ 3 bilhões em 2011
De olho na expansão dos gastos dos brasileiros com a saúde, a Novartis lançará um vasto programa de introdução de novos remédios no mercado nacional, vai ampliar sua produção de
genéricos e incrementará os testes clínicos realizados no País. As informações são de Adib Jacob, o novo presidente do Grupo Novartis no Brasil e que hoje simbolicamente será apresentado ao mundo empresarial e diplomatas em um evento na Embaixada da Suíça em Brasília.
Em entrevista exclusiva ao Estado, o executivo deixou claro que a atenção ao mercado brasileiro faz parte de uma estratégia mais ampla do grupo com sede na Suíça de se lançar na conquista dos emergentes, justamente num momento que a renda desses países se eleva, a expectativa de vida aumenta e a crise na Europa não dá sinais de perder força.
O Brasil, segundo ele, já é hoje o sexto maior mercado de produtos Novartis no mundo, ganhando praticamente uma posição a cada ano na última década. Juntos, os emergentes já representam 22% das vendas mundiais da Novartis e, pelos cálculos de Jacob, esse bloco de economias poderá já representar um quarto de todas as vendas em 2013.
"São nesses países que vemos um crescimento mais dinâmico", disse o novo presidente. "Há uns anos, a empresa se concentrava em projetos que fizessem sentido na Europa e Estados Unidos. Hoje, há uma visão clara de que temos de atender às necessidades dos emergentes."
Em 2011, as vendas da gigante do setor farmacêutico chegaram a US$ 58 bilhões. Mas, se o desempenho nos países ricos patina, nos emergentes a expansão é importante. No caso do Brasil, o crescimento é de mais de 10% ao ano. Em 2011, as vendas já chegaram a R$ 3 bilhões.
Não por acaso, a atenção sobre o mercado nacional faz parte dos planos estratégicos da empresa. A Novartis prepara já o terreno para a fabricação de vacinas para meningite, em uma fábrica em Pernambuco que vai custar US$ 500 milhões.
Mas os planos da empresa vão além. Um exemplo é a fábrica de genéricos da companhia em Cambé, no Paraná. Hoje, remédios genéricos correspondem a 15% das vendas nacionais da Novartis. Mas a aposta é de uma expansão rápida nos próximos anos. "Já operamos com capacidade de produção plena e vamos fazer uma ampliação da fábrica de Cambé", confirmou Jacob. Segundo ele, o segmento de genéricos tem sido a área mais dinâmica do mercado
brasileiro.
Desenvolvimento. Outra iniciativa é aumentar os investimentos em estudos clínicos locais, chegando a 200. Com parcerias como a que tem com o Instituto Nacional do Câncer (Inca) para o tratamento do câncer no colo do útero, a Novartis deve terminar 2012 com R$ 80
milhões em testes clínicos realizados no País. Em 2011, os investimentos foram de R$ 58 milhões em 2011.
Para 2013, Jacob garante que a Novartis será uma "máquina de lançamentos". Entre os produtos que poderão entrar no mercado estão os medicamentos para tratamento da fibrose cística, edema macular diabético, esclerose múltipla e psoríase.
Veículo: O Estado de S.Paulo