Empresa espera comercializar 300 milhões de unidades no primeiro ano.
A fabricante de cigarros Souza Cruz vai iniciar as exportações de cigarro a partir de 2013. A expectativa é de que sejam vendidas para o exterior aproximadamente 300 milhões de unidades no primeiro ano. Atualmente, a subsidiária do grupo inglês British American Tobacco (BAT), exporta apenas tabaco.
Segundo o diretor de operações industriais, Adriano Alvim, as vendas para o exterior só se tornaram possíveis graças à eliminação do imposto de exportação de 150% sobre o valor do produto, ocorrida no ano passado. "A ideia de diversificar as operações é bastante interessante para a empresa", afirma.
Para realizar a exportação, não será necessário nem mesmo a ampliação da capacidade produtiva do grupo. Isso porque, as duas fábricas, localizadas no Rio Grande do Sul e em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, conseguem atender à nova demanda, por possuírem ainda um percentual da capacidade de produção ocioso.
Somente a exportação de fumo, que ocorre atualmente, levou ao exterior um volume de 95,8 toneladas entre janeiro e setembro deste ano. O montante é 31% superior ao comercializado no mesmo período de 2011, conforme fato relevante divulgado pela empresa recentemente.
Em todo o ano de 2011, foram exportados 96,6 mil toneladas de fumo. O volume equivale a uma alta de 4% frente a 2010. As receitas de exportação de fumo da companhia totalizaram R$ 1,057 bilhão em 2011, enquanto em 2010 havia sido R$ 1,040 bilhão. Os principais destinos de embarque dos produtos da empresa são Holanda, Rússia e China.
Lucro - O lucro líqüido do grupo até novembro também teve uma alta, de aproximadamente, 6%, ao passar de R$ 1,19 bilhão para R$ 1,26 bilhão. Já o volume vendido ficou 7,4% inferior na mesma base de comparação, totalizando 48,6 bilhões de cigarros. A justificativa dada pela companhia no fato relevante para a baixa foi a de que ela estaria sofrendo os impactos da alta de 41% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) no setor.
Além disso, teria influenciado nos resultados o reajuste dos preços do produto e o aumento do mercado ilegal no país. A estimativa divulgada pelo grupo é a de que o mercado ilegal, composto por contrabando e falsificação, tenha crescido 4,4% até setembro. Mesmo com a redução em volume, a marca continua com a liderança do mercado nacional. Conforme estimativas da Nielsen, a Souza Cruz atingiu uma participação de 75,1% no terceiro trimestre de 2012, ou seja, 1,2 pontos percentuais (p.p) acima dos três meses anteriores.
Questionado sobre o plano de investimento da empresa, o diretor se limitou a responder que seria um "assunto estratégico" sobre o qual não poderia comentar. Porém, no início deste ano, a companhia já havia anunciado que, após 15 anos sem grandes investimentos na fábrica em Uberlândia, ela poderia aportar R$ 250 milhões no município até 2015. Do total, já estariam confirmados aportes de R$ 110 milhões para a modernização da planta, por meio de protocolo de intenções firmado com o governo do Estado.
Veículo: Diário do Comércio - MG