Brinquedos começam a sumir das prateleiras na capital mineira

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Proximidade do Natal torna cada vez mais difícil encontrar os líderes na preferência da garotada e comerciantes avisam: tendência é piorar amanhã, com a segunda parcela do 13º


Mesmo antes de receber a segunda parcela do 13º salário, que, no total, vai injetar R$ 9,121 bilhões na economia mineira até amanhã, segundo estimativas da Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio Minas), os consumidores lotam os shoppings e ruas da capital em busca dos presentes de Natal. Nessa corrida, quem deixou as compras para a última semana deve enfrentar dificuldades para encontrar alguns produtos. Segundo os consumidores, a falta é sentida principalmente no setor de brinquedos, que fica entre aqueles que apresentam melhor desempenho na data.

Embora alguns lojistas garantam que os estoques ainda serão suficientes, alguns brinquedos já não estão mais disponíveis para venda. Entre eles, bonecas e acessórios da linha Monster High, sorveterias da marca Long Jump – que fazem sorvete de verdade – e pistas para carrinhos Hot Wheels, entre outros.

Sem encontrar todos os presentes da lista, a engenheira de alimentos Sintia Vilas Boas saiu da Loja Brinkel, ontem, com a missão de encontrar outros dois presentes até o Natal – uma pista para carrinhos Chuck e um Torre Copos. Ela garante que, mesmo buscando os presentes há mais de uma semana, está difícil encontrar o que foi pedido pelos filhos Marco Túlio, de 3 anos, e João Antônio, de 5. “Não acho que seja culpa da loja, e sim minha, pois deixei para a última hora”, afirma. “Mas eu vou continuar procurando em outras lojas. Em último caso, vou mudar o foco e optar por outros presentes”, acrescenta.

Quem também encontrou dificuldade para comprar foi o auxiliar de pessoal Widney Washington Martins. Na tarde de ontem, ele foi ao Diamond Mall buscar o presente dos sobrinhos e teve de optar por um brinquedo semelhante ao pedido. “Ele me pediu a pista da Hot Wheels de dinossauros, mas eu achei a de pirâmide e acabei levando”, diz. “A sorte é que criança é mais fácil de dobrar e o mais importante é garantir o presente”, completa.

Depois de ouvir de um vendedor que os estoques da pelúcia Galinha Pintadinha estavam no fim e encontrar escassez de produtos ao comprar o velotrol para o filho Heitor, de 3 anos, o médico Félix Paranhos e a sua esposa, a assistente social Gláucia Paranhos, também foram às compras ontem com medo de não encontrar o boneco. Curiosamente, eles conseguiram os brinquedos com mais facilidade do que imaginavam. “Pela proximidade da data, até achávamos que haveria dificuldade, mas encontramos os bonecos e vamos levar um”, conta Félix. “Realmente, no Natal a procura é muito grande e resolvemos nos adiantar para garantir o presente antes do período em que as vendas aumentam ainda mais”, reforça Gláucia.

Hora de correr

Os problemas para encontrar determinados brinquedos passam a ser maiores a partir de amanhã, quando acontece uma "explosão nas vendas”, segundo o proprietário da loja de brinquedos Brinkel, Altair Rezende. "Os quatro dias que antecedem o Natal respondem por 40% do nosso faturamento do mês. Por isso acreditamos que a procura será ainda maior a partir de amanhã, quando as pessoas têm creditada a segunda parcela do 13º salário", avalia.

Ele lembra ainda que os produtos que despontam como campeões no interesse da meninada são os primeiros a acabar e, por isso, os consumidores que quiserem garantir o presente devem se adiantar. “Trabalhamos com um estoque muito grande, mas alguns produtos têm vendas fenomenais. Outros, no entanto, acabam porque fazemos o pedido menor”, diz. “Do mesmo jeito que compramos 500 unidades de determinado produto que tem boa expectativa de vendas, compramos 12 de outro que não tem tanta saída, mas por algum motivo também acaba sendo bastante vendido no Natal”, acrescenta.

 O proprietário da Brinkel alerta ainda que aqueles que quiserem encontrar produtos como bonecas da série Carrossel, o jogo Genius e pelúcias musicais da linha Galinha Pintadinha devem correr. “Até quinta ou sexta ainda devemos ter alguns exemplares. Mas, a partir de sábado, quem deixar para a última hora poderá ficar sem o presente desejado”, considera.

Nas lojas da BMart, onde o estoque foi aumentado em 25% em relação ao do último Natal, o diretor comercial Edson Sales garante que ainda não faltam produtos e que até amanhã ainda é possível encontrar o presente, seja ele qual for. Ele lembra, no entanto, que para alguns produtos específicos há dificuldade de reposição desde o Dia das Crianças. Esse é o caso, por exemplo, das bonecas Monster High. Sales diz ainda que produtos como Galinha Pintadinha, Casa da Barbie e pistas para carrinhos Hot Wheels devem esgotar antes do fim da semana.

Guerra por modelos e tamanhos

Além das lojas de brinquedos, outros ramos também sofrem com a falta de produtos, mas garantem que haverá reposição até o Natal. Entre eles, o de eletroeletrônicos, que tem nos tablets e smartphones as vedetes do período. Na loja iPlace, revendedora de produtos da marca Apple, quem procurar por um iPad da nova geração com conexão wi-fi e 3G vai ter que esperar. Isso porque a maioria desses produtos já foi vendida e uma nova remessa deve chegar às lojas até o fim da semana. Outro que também deve incrementar as vendas nas lojas, que tem unidades no BH Shopping e DiamondMall, é o recém-lançado no Brasil iPhone 5. O sucesso dos produtos, segundo o gerente João Paulo Vieira Borges, é justificado pela conveniência dos aparelhos. “É um presente muito democrático e para todas as idades, que atende as demandas por entretenimento, trabalho e também acadêmica”, explica.

Nas lojas de calçados Equipage, o movimento e as vendas fazem já forçaram a diretora Joana Mourão a fazer novos pedidos, antes mesmo do Natal. “Vamos ter de rever a nossa política de liquidação porque geralmente liquidamos aquilo que não vendemos no Natal e, como estamos vendendo muito, provavelmente não teremos falta para a data, mas sim para janeiro quando também precisamos vender”, conta. Entre os produtos com melhor desempenho, a empresária destaca as sandálias rasteiras, sapatilhas e nécessaires, que já tiveram baixa no estoque por conta dos preços mais acessíveis.

Numeração

Para a comerciante Maria Silma Rodrigues Brito, acostumada a adiantar as compras no Natal, faltou o número desejado na hora de comprar um presente para o filho. “Queria um tênis colorido, para criança. Mas, da marca que quero, não encontro mais na numeração dele”, relata. “Dizem que, por causa do Natal, alguns produtos mais específicos estão acabando, mas vou continuar tentando até a véspera, porque é um presente que quero muito comprar”, comenta. 



Veículo: Estado de Minas


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